No outro dia alguém me dizia, meio em tom de gargalhada, que eu acreditava que era possível viver uma vida inteira a sentir frio na barriga ... uma vida inteira não sei, sei que todos nós temos dias bons e menos bons, e que a isso chamamos viver, mas gosto e preciso de acreditar, que podemos e devemos sentir essa "coisa" especial que acaba por, tantas e tantas vezes me dar o gás e a força que preciso para seguir o meu caminho, por muito tempo.
Tudo o que é morno ou mais ou menos nunca fez muito sentido para mim. Em quase nada, nem a nível profissional e muito menos na minha vida pessoal. Quando algo deixa de nos acrescentar, de nos fazer sentir vivas, de nos provocar sorrisos tontos nos momentos mais inesperados, quando deixamos de ter aquele brilho no olhar ou de nos sentirmos especiais é sinal de que efectivamente algo está errado. E não, mão devemos culpar a rotina de tudo o que acaba por desaparecer. Ela é tramada, é um facto e olhem que sei bem do que falo, mas não é impossível dar-lhe a volta e ser superior a isso.
Sempre fui uma miúda romântica e quero muito acreditar que vou envelhecer dessa forma. Se é para dizer que gosto então eu vou dizê-lo todos os dias, várias vezes se for possível, se é para dar a mão e seguir pela rua com aquele ar de miúda tonta, então é assim mesmo que eu desço a rua! Se é para abraçar daquela forma que quase ficamos sem ar e que ao mesmo tempo nos fazem sentir em casa então é com essa força toda que vou querer dar o meu melhor abraço.
Vivemos vidas cheias de compromissos, andamos tontos de um lado para o outro, com tmv e todos os gadgets possíveis e imaginários na mão, não olhamos ninguém nos olhos, não escutamos as pessoas, vivemos numa espécie de bolha que não nos permite ver o essencial, o que é verdadeiramente importante. Quantos de nós "perde" cinco minutos do seu dia a dizer um "gosto de ti" ou "fazes-me falta"a alguém que nos é especial? As palavras têm um poder do caraças! Acreditem! A diferença que uma simples palavra ou gesto pode fazer no dia de alguém é absolutamente incrível.
Se há algo que digo e repito as vezes que forem necessárias é que não concebo a minha vida sem amor. E quando falo em amor falo de vários tipos de amor, de várias formas de amar. Todas elas legitimas e importantes para que eu me possa sentir viva, feliz e completa.
A minha vida não é perfeita, muito longe disso, eu sou tudo menos perfeita, tenho muitos defeitos, alguns mais fáceis de assumir e outros que tento trabalhar para que não se destaquem tanto, mas conheço o meu coração. Sei que quando gosto, quando amo, vou atrás, faço o possivel e o impossível, não desisto nem à primeira nem à décima tentativa, não largo a mão. Não largo mesmo. Sinto que hoje em dia é tudo descartável, principalmente as pessoas, os sentirmentos, os corações. Que raio de mundo este onde se brinca tanta vez com aquilo que de mais bonito podemos ter e viver. Não me encaixo nesse mundo, não sei nem quero, aquilo que trago no peito é grande demais para alguém tentar diminuir ou desvalorizar. Mas gosto que lutem por mim. Gosto que me façam sentir verdadeiramente especial. Gosto que me valorizem. Gosto que me olhem com verdade, Que me amem de verdade.
Portanto, sempre que tentarem dizer-me que não se pode levar sempre esta vida com friozinho na barriga eu vou fazer questão de mostrar exactamente o contrário. Que até nos dias menos bons, havendo amor, é possível termos motivo suficiente para nos sentirmos gratos pela vida, para sorrir, para acreditar que amanhã vai ser um dia melhor.
Aos 38 anos de idade continuo a adorar sonhar. Nem sei viver de outra forma. Se me sinto uma miúda à conta disso? Não sei, sinceramente não sei mas se for sinto zero vergonha em assumir isso. É assim que gosto de levar a vida, de olhar as pessoas, de trocar sorrisos, de dar a mão, de AMAR.
LOOK: Zara | Óculos sol: Chlóe
Com amor,
Mia