Setembro

3 de setembro de 2019

setembro chegou. 
o mês que a maioria de nós diz ser de (re)começo. 
a altura mais que perfeita para reiniciar. 
todo um novo mês de renovação, novas ideias, novos projectos, novas descobertas, de muito trabalho, fé e e esperança, no coração e na vida.

prometi a mim mesma receber setembro com o melhor de mim, acreditando sempre que vale muito a pena esperar porque coisas boas acabam por acontecer a quem merece, a quem faz por acontecer e não baixa os braços.
prometi a mim mesma receber setembro com tranquilidade, serenidade e esperança. a aceitar que há sempre, depois de cada fim, alguma coisa (muito) boa à nossa espera, para nos abraçar e fazer acreditar, uma vez mais, que a vida é uma viagem que vale muito a pena ser vivida por inteiro.

quero muito ser capaz de focar a minha cabeça e o meu coração no sítio certo, não esquecer que sou a maior prioridade da minha vida, ter tempo para mim e para os meus. ter a certeza de que mesmo nos dias menos bons, tenho um colo para sossegar. valorizar, cada vez mais, o que realmente importa, deixar para trás o que pouco ou nada me acrescenta.

ser mais grata pelo que tenho. ser feliz com menos. ser feliz co  o que realmente importa.
preocupar-me com quem se preocupa comigo, mimar quem me mima e faz questão de me fazer sentir especial, todos os dias. amar e ser (muito) amada.
que seja um mês de certezas, de concretizaçōes, de encontros, de sorrisos e muito abraços.
que traga saúde, trabalho e amor. muito amor. ♥️
Com amor,
Mia









simples

29 de agosto de 2019

amor com amor se paga. certo? 
quando me deparei com esta frase pensei imediatamente: tudo certo. tão simples assim. tão mais fácil quando não se complica. contra mim falo que, tantas e tantas vezes, dou voltas e mais voltas às coisas mais simples, em vez de apenas limitar-me a respirar e a vivê-las simplesmente. é humana esta coisa tão nossa de ter tendência de complicar aquilo que é e que devia ser sempre simples.

pessoas felizes fazem outras pessoas felizes. é tão mas tão verdade e é tão exactamente assim.
funciona um pouco como a boa energia que sentimos e que somos capazes, de uma forma tão natural, de passar a quem está próximo de nós. 
como aquele sentimento puro, genuíno e leve que transportamos connosco, de um lado para o outro, no nosso coração. a vida seria um lugar tão mais bonito se fosse tudo deste jeito. se não estivéssemos tão focados no nosso umbigo, na nossa vidinha sem nunca sermos capazes de olhar para o outro.

sempre tive dificuldade em viver em lugares, situaçōes, histórias, onde sinto que sou a parte que dá sempre mais, que sente sempre mais, que se empenha mais, que ama mais. é preciso que exista equilíbrio, na vida, nas relaçōes, no amor. 

pessoas felizes fazem outras pessoas felizes. muitas vezes somos felizes com pequenos nadas, em pequenos instantes. não acredito que sejamos sempre felizes ou que todos os dias nos sintamos no expoente máximo daquilo que é suposto ser a felicidade, daí ser tão importante aproveitar, cada vez mais, cada momento desses, dando-lhe a importância devida enquanto o estamos a viver e não somente quando ele já se tornou numa recordação.

quando somos felizes é muito mais fácil ser capaz de fazer felizes os nossos, quem nos rodeia, quem está connosco. isto é um bocadinho como aquela conversa que todos nós conhecemos de cor e salteado, se gostarmos de nós seremos capazes de gostar dos outros. às vezes temos alguma tendência para esquecer tudo isso e por mais que eu já tenha tentado contrariar essa máxima, a verdade é que quando nos sentimos bem na nossa pele conseguimos efectivamente estar mais disponível para os outros.

pedi-vos ajuda, através do meu instagram, para definirem o vosso conceito de felicidade. gosto muito de vos ler também, de saber o que pensam de coisas tão simples mas tão importantes da vida. e gosto de perceber que há muita gente por aqui a pensar da mesma forma que eu. ser feliz é, acima de tudo, ter saúde para poder acordar pela manhã, olhar o céu e sorrir. partilhar um pequeno almoço na companhia de quem amamos, saber agradecer pelo que temos, sentirmo-nos realizados no que fazemos. estar em família, dar mimo e receber. estar em paz. serena. ter tempo para as coisas simples da vida. ter tempo para os nossos. dar e receber colo. assistir à nossa série favorita com a nossa cara metade. partilhar o pôr do sol. 
ser feliz é também perceber que nem todos os dias são dias bons, que muitas vezes iremos precisar de quem nos recorde da fibra que somos feitos e de que tudo nesta vida passa, mais cedo ou mais tarde. que o tempo não cura mas ajuda a atenuar o processo. é crescer na dificuldade, é saber gerir cada vez melhor as nossas emoçōes, é dar importância ao que realmente importa. é saber separar o trigo do joio e saber quem merece efectivamente um lugar na nossa vida e no nosso coração. é saber quem é a nossa tribo.

ser feliz é sair de casa depois do jantar e ir até à avenida de roma só para comer o meu gelado favorito, é ir ao cinema sábado à noite (ou em outro qualquer dia), é passear de mão dada pelo jardim, é rir daquela piada que teve tão pouca piada mas que, mesmo assim, me arranca a minha melhor gargalhada, é acordar tarde a um domingo e não ter obrigaçōes nem compromissos pela frente, é perder-me naquele abraço que me faz sentir em casa.
ser feliz é ser a  nossa própria inspiração.
ser feliz é saber que sou especial para quem importa de verdade. 
ser feliz é poder amar e ser amada.

Com amor,
Mia 





















um café, por favor.


o primeiro café do dia é, quase sempre, servido em casa. num dos espaços que eu mais amo, a minha cozinha. em silêncio, somente com a luz que recebo da janela que faço questão de abrir sempre, mesmo nos dias em que chove. 
hoje podia ter sido uma dessas manhãs, em que as minhas rotinas são sempre iguais e feitas de uma forma quase que automática. eu sou das que gosta de rotinas, de saber o que vem ou com o que posso contar. não me aborrece essa forma de viver. eu gosto de tomar o mesmo pequeno-almoço todos os dias. se este incluir pão, óbvio. ahahaha 
eu gosto de me maquilhar sempre na minha casa de banho, ao som da minha música, fazendo todos os dias uma série de coreografias que se fossem filmadas dariam um momento incrível de comédia ou palhaçada. 

hoje podia ter sido uma dessas manhãs, iguais a tantas outras, em que faço o percurso do quarto até à cozinha ainda com os olhos meio pesados mas já a pensar no que tenho para fazer neste dia, e em que a primeira coisa que faço é ligar a máquina de café ... mas hoje, hoje eu não tinha café. nem uma única cápsula. verdade. dois palavrōes e eu já estava desperta e lá me arrastei para o banho. fiz tudo meio a correr, desliguei o computador, agarrei nas minhas tralhas todas e saí.

agora, sentada numa cadeira de madeira e enquanto recebo o vento no meu rosto, escrevo-vos estas palavras, já depois de ter bebido o meu abatanado, o café duplo que me dá aquele boost que tanto preciso para arrancar a minha cabeça, as minhas ideias, o meu dia.
este foi somente o primeiro do dia, o primeiro de alguns. coragem, está sol e eu estou a determinada a colocar-me como a maior prioridade da minha vida.
que o vosso dia seja feliz.



Com amor,
Mia 






Expectativas

27 de agosto de 2019


a expectativa é tão mas tão tramada que dei por mim a ficar num estado de ansiedade  à conta deste post, tudo porque resolvi dizer na minha conversa habitual nos stories que este meu desabafo sobre aquela que é, a meu ver, a maior causa das nossas desilusões, ia ser publicado ontem, facto que obviamente não consegui cumprir. as ideias até estavam cá mas não as consegui colocar em ordem na minha cabeça, ainda tentei fazer uma espécie de rascunho mas a verdade é que a saga das obras continua e eu acabei por ceder à loucura. 

expectativas.
há quem diga que são as maiores inimigas do ser humano. 
que nos tramam e nos fazem sofrer disso não há grande dúvida. 
criar expectativas é humano. em relação às pessoas ou a questões de trabalho. em relação à vida no geral. a parte mais complicada é muitas vezes fazer a melhor gestão das mesmas. há quem lide com a frustração numa questão de segundos, outros levam horas, dias, meses ou até mesmo uma vida inteira. mas a verdade é que todos nós passamos por isso e quando elevamos muito a fasquia a queda é sempre muito maior. há também quem dê mais importância e quem finja tantas vezes que isso é algo que nem o incomoda.

eu já me dei (tão) mal por criar tantas expectativas, a maior parte das vezes nas minhas relações pessoais, porque a verdade é que eu espero muito das pessoas, no mínimo espero o mesmo que eu lhes dou e, a bom rigor, na maior parte das vezes nem metade chego a receber. eu ainda sou das que acredita nas pessoas, por mais desilusões que possa ter sofrido eu continuo a acreditar no coração das pessoas, ainda sou das que sabe e consegue perdoar, das que dá uma segunda oportunidade mesmo que lá à frente me venha a arrepender. a isto, às vezes, chama-se "ser-se muito tonta ou até mesmo estúpida", se bem que eu continuo a preferir dizer que a isto se chama viver e não querer demorar-me em coisas de menos. o pior acontece sempre quando essas expectativas são frustradas. 
aos 38 anos ainda não aprendi a ser capaz de deixar fluir a vida, as situações, aquilo que ainda não passa de um "se"e que eu já assumo quase como coisa certa. na maior parte das vezes eu até consigo fazer esse raciocínio mas depois, sem dar conta, já criei novamente toda uma enorme expectativa e já me tramei de novo.
desde que me tornei frelancer que passo muitos dos meus dias a responder a emails com pedidos de orçamentos e informaçōes sobre tantas ideias, trabalhos e projectos. pedidos esses aos quais tantas vezes não obtenho resposta, será escusado dizer que sempre que lá vou fazendo um refresh à caixa de email a minha expectativa e ansiedade não deixa de crescer, por mais que eu tente controlar. quando acaba por não avançar sofro ainda, e tantas vezes, questionando o porquê e admitindo que o problema só pode estar em mim.  e viver desta forma cansa muito, acreditem.

se as pessoas ao menos entendessem que aquilo que espero delas às vezes é tão pouco, algo tão simples mas que mesmo assim, lhes parece custar tanto a dar, a manifestar, a verbalizar. dê as voltas que der, isto volta sempre ao mesmo, às coisas mais simples da vida, aos pequenos gestos, aos pequenos nadas que são tanto. a vida é feita de tudo isto. dos detalhes, da atenção, do tempo e do amor que damos aos nossos. 
às vezes era só daquele "bom dia e um beijo" ou do "fazes-me falta" que nós precisávamos para seguir o nosso dia com o coração cheio. daquele like ou comentário na foto do instagram que colocámos propositadamente para aquela pessoa e que ela teima passar e fingir que nem dá conta. 
às vezes era só um obrigada daquela amiga a quem tanto ajudámos quando precisava e que, ao conseguir algo que tanto queria, acabou por esquecer tudo o que fizemos por ela. 
às vezes só precisávamos daquele abraço, daquele colo e de que nos fizessem acreditar que no final vai ficar tudo bem. porque só pode mesmo ficar tudo bem.


Com amor,
Mia 











o silêncio

23 de agosto de 2019

quem tem acompanhado a novela mexicana que tem sido a minha vida nos últimos tempos, já percebeu que eu tenho andado, literalmente, à beira da loucura. A verdade é que, sem saber bem como, dou por mim rodeada de obras, é em frente ao meu prédio, nas traseiras e o pior de tudo, o apartamento mesmo por cima de mim. quem já viu alguns dos stories que lá vou fazendo no meu instagram consegue perceber o volume a que toca toda aquela banda sonora, o drama, o horror, a tragédia, não se aguenta mesmo. pior que isso, sim acreditem que há pior, é chegar a casa todos os dias e encontrar todo um cenário de pó por todo o lado, qual terramoto, qual guerra mundial, qual quê! é limpar tudo para no dia seguinte voltar a dar de caras com o mesmo pesadelo.

no final do dia, e apesar de tudo isto, continua a ser o meu sítio favorito para voltar. a luz que entra pela sala sem pedir licença, continua a ser a minha favorita, de todas. aquele lugar onde sentimos paz, onde queremos ficar, sem pressas e com tudo aquilo a que temos direito.
daqui a muito pouco já lá regresso, pronta para receber o meu fim de semana. pronta para aproveitar o tempo sem obrigaçōes, sem grandes coisas combinadas, andar pela casa descalça ao som da minha música. cantar, dançar, quem sabe até cozinhar, fazer aquilo que me apetecer. ser feliz, sempre e cada vez mais, nas coisas mais simples da vida.

bom fim de semana meus amores. 


Com amor,
Mia 





o amor. sempre o amor.

21 de agosto de 2019

coloca amor em tudo o que fazes, nas tuas palavras, nos teus gestos, no teu olhar, no teu melhor abraço. coloca sempre amor em cada passo que dás, mesmo quando não tens certeza do caminho que percorres. 
ama sempre que puderes, perdoa sempre que conseguires, tenta não guardar rancor, mágoa ou qualquer outro sentimento que te possa fazer menos bem.

a vida é uma passagem, uma viagem, que a saibamos viver em pleno, que saibamos correr atrás do que nos faz feliz. que saibamos ser mais gratos pelo que temos, que não percamos (tanto) tempo na tristeza. 
que saibamos dizer mais vezes "gosto de ti", "desculpa", "vai ficar tudo bem". 

nada na vida acontece por acaso. as pessoas não chegam à nossa vida só porque sim. cabe-nos entender esse propósito. cabe-nos determinar a importância que elas devem ter nos nossos dias. dar-lhes o espaço e o tempo que merecem.
quantas vezes somos felizes e nem nos apercebemos? quantas vezes estamos a amar e nem nos damos conta? a vida surpreende-nos. tantas e tantas vezes. a vida sabe sempre o que faz. sempre. 


{Raras são as vezes em que nos apercebemos da felicidade no instante em que somos felizes}.
José Eduardo Agualusa


Com amor, 
Mia 


Os que vão, os que voltam e os que não chegam a ir.

19 de agosto de 2019

Nem me recordo de qual foi o meu pensamento quando percebi que não ia ter férias este ano. Não adianta avançar com motivos ou algo do género, há coisas que temos apenas de aceitar e levar da melhor forma que formos capazes. E é isso mesmo que tenho feito, uns dias a dormir muito pouco, noutros um bocadinho mais e a gestão de algumas mudanças de humor e paciência. Faz tudo parte menos queixar-me diariamente disso. Isso foi sempre que algo que tentei não fazer. Porque adianta zero e só piora tudo, só faz com que tudo fique menos fácil.
Se sinto o meu corpo a pedir descanso? Sim, sinto, mas muito mais do que o corpo sinto que a minha cabeça precisava de ser capaz de desligar por um pouco. Só um pouco. Dou por mim, inconscientemente a fugir de pensamentos, de pontas soltas na minha cabeça, de memórias que preciso muito de arrumar de vez. 
Nas últimas semanas tenho partilhado convosco o drama das obras à minha volta, o barulho constante e insuportável e a enorme dificuldade que é trabalhar com essa banda sonora a gritar-me na cabeça. Hoje mesmo, eram 7h50 e já tinha começado o concerto, tinha dormido super mal e levantei-me furiosa, tirei o primeiro café do dia e enquanto ele arrefecia veio-me à memória uma coisa muito boa e. quando dei por mim, já tinha soltado um enorme sorriso. Não vale a pena demorar-me no queixume, no que não tenho, no que não posso e muito menos em coisas que não me cabe a mim alterar. Passo a vida a dizer que perdemos tempo demais em coisas de menos porque é mesmo isso que sinto. Agora os que regressaram dos quinze dias de férias não vão saber fazer outra coisa que não seja dizer mal do trabalho e do regresso às rotinas, e os que começaram ainda agora o bem bom já se estão a queixar da falta de calor (que por acaso até parece ter vindo para ficar). E os que não chegam a ir? Não terão ainda mais motivo para se queixar? Eu lá vou tendo os meus momentos, muitos deles em silêncio, mas também os tenho. Mas percebi que não ganho nada com isso, só mais frustração e stress e isso meus amigos, eu não preciso,  já basta ter de saber lidar com a minha ansiedade diária.

Vamos todos tentar ser um bocadinho mais gratos pelo que temos. Mais agradecidos à vida, principalmente pelas coisas simples, as que quase nunca parecem ter importância mas que fazem tanta diferença nos nossos dias. Vamos todos ser capazes de sorrir mais, abraçar mais, amar mais.
Tenho trocado os dias de praia usuais de Agosto, por dias de trabalho, tenho escrito mais, tenho produzido mais, tenho feito muitos rascunhos de coisas boas que gostava muito de ver acontecer em Setembro. Tenho tentado colocar-me mais vezes como prioridade mas sem nunca deixar de ter tempo para os meus. Tenho dito "gosto de ti" às pessoas que amo, tenho dados abraços, tenho ouvido música descalça pela casa. Tenho observado mais o que realmente importa e tenho criado, cada vez menos, expectativa sobre a vida e sobre aquilo que ela reserva para mim. É o chamado viver um dia de cada vez. E que bem me tem sabido.








 Boa semana e, se for caso disso, boas férias!

Com amor,
Mia 





NEVER MISS A MONDAY


Eu não gosto de ir ao ginásio, de treinar. Nunca gostei. Nunca vou até lá cheia de pica ou a distribuir sorrisos. Não vos sei explicar bem mas é como se me sentisse sempre desconfortável, como se não me encaixasse ali. Tento nunca olhar muito à minha volta mas quando o faço sinto-me sempre diferente de todos, elas são quase todas altas, com a barriga super definida, com o equipamento todo XPTO e a combinar com tudo, eles enormes e musculados, qual capa da GQ e depois estou eu, metro e meio mal medido de gente, com uma barriga que não gosto de exibir (tirei a tshirt apenas para a fotografia) e com imensa vergonha. Pode parecer ridículo, acredito, mas é o que sinto. Vou quase sempre a arrastar-me até ao Holmes Place, escolho uma banda sonora que me dê a vibe que preciso e coloco os phones para que não tenha de haver conversa com ninguém. Confesso que nem sou um "bicho do mato" mas a verdade é que neste ambiente dispenso o social :)

Quem já chegou aos 30 percebeu que há toda uma mudança no nosso metabolismo, no nosso corpo. Antigamente bastava-me fechar a boca 2 dias e conseguia perder o que queria, hoje é tão mas tão diferente. Não é por isso que não deixo de gostar muito mais de mim agora de quando tinha 20 mas sei que a dedicação e o empenho por uma vida mais saudável tem de ser levada com uma  maior consciência.
Durante a maior parte da minha vida eu comi com culpa. Com imensa culpa. Fiz muita coisa feia que me fez mal. Magoei muito o meu corpo, penalizei-me por simplesmente alimentar-me. Como se eu não tivesse direito a comer uma taça de arroz doce depois de uma refeição ou como se um copo de vinho me fosse matar. Olhar-me ao espelho era um processo duro, fazia-o muito a correr e sentindo sempre imensa vergonha no que via. Vivi anos de vida sem ser capaz de ser feliz comigo, com os outros, de me aceitar do jeito que era. Sentia-me sempre a mais feia de qualquer sala onde entrasse.

Depois dos 30 percebi que gostava de comer. À séria. E percebi que, para ser capaz de o fazer sem sentir tanta culpa, tinha de aprender a viver com algum equilíbrio, se peco hoje amanhã tenho de compensar esse estrago. Eu digo muita vez que vou ao ginásio para poder comer, porque essa é a verdade. 
Hoje, aos 38 anos de idade, o melhor presente que me podem dar é o prazer da companhia das pessoas que amo a partilhar uma refeição, sem pressas e com tudo aquilo a que temos direito, e isto inclui, obviamente, uma boa sobremesa :)
Tenho dias em que ainda como com culpa, tenho fases em que não me consigo olhar ao espelho quando saio do banho, em que coloco o creme no corpo sem olhar para o que faço, tenho dias em que evito que me olhem, em que preciso de me esconder, de me proteger. Felizmente esses dias já não acontecem com a mesma frequência, não que eu tenha esquecido o que vivi mas luto muito para não voltar ali, para não me magoar dessa forma. 
Há outros dias em que sorrio ao espelho e penso que a idade até não me tem feito assim tão mal. A vida tem-me pregado muitas partidas mas eu continuo a ser capaz de me ir levantando, umas vezes com mais dificuldade do que outras mas sempre sem desistir.

Tudo isto para vos dizer que hoje, segunda-feira, começo de toda uma nova semana, e depois de alguns estragos no fim de semana, lá fui eu a arrastar-me, de cara feia, até ao ginásio.
Uma hora depois sentia-me outra, aquela dorzinha nas pernas que acusa o efeito pretendido e um cansaço que me faz sorrir e motivar para que esta rotina se repita por mais dias da semana. 
Inspiro-me em muitas pessoas que estão ao meu redor mas quero, em primeiro lugar, inspirar-me em mim mesma e na minha história. 
Quem já treinou hoje?


Boa semana!

Com amor, 
Mia 



Tudo é melhor com sol

13 de agosto de 2019

Recebi esta nova semana com luz no coração e no olhar. Com toda uma alegria com que se deve receber algo que tem tudo para nos trazer coisas boas. Quero acreditar que o melhor ainda está (mesmo) por vir e que às vezes está tão mais próximo de nós do que nós pensávamos. Crescer dá trabalho, é preciso ir à luta, é preciso acreditar e não desistir. É preciso saber confiar e persistir.

Aproveitei o fim de semana para desligar, por completo. Desliguei a cabeça, esqueci aquilo que tanta vez teima em tirar-nos horas de sono. Deixei o relógio de parte. Foquei-me em mim e nos meus, no meu tempo e em quem me quer bem. Dediquei-me apenas às coisas boas. Às coisas muito boas. Carreguei baterias. Distribui sorrisos, abracei e fui abraçada. Fui feliz. Em pequenas coisas, em momentos que vou colecionando e guardando em memórias que mais tarde gosto de recordar. Viver é tão isto. É valorizar cada vez mais os pequenos gestos, as pequenas coisas, os afectos, o carinho de quem nos ama, o tempo que nos oferecem sem pedir nada em troca que somente a nossa companhia. Viver é sentir que somos importantes na vida de alguém. 

Recebo esta semana com luz, com sol. E que bom que é ter o sol de volta e que bom é perceber que tudo é melhor com sol. Que seja uma semana onde existam mais motivos para agradecer e menos para queixar. Que o feriado nos dê alguma alegria e alento para levar os dias com outra leveza e sempre de sorriso no rosto.
Sejam felizes.

Com amor,
Mia




Viver de Verdade

9 de agosto de 2019

sexta-feira, acordo devagar, estico-me toda e tento afastar a preguiça que parece ter invadido o meu corpo. viro-me e solto um sorriso. bora lá Mia! a semana está a terminar e o dia espera por ti, mesmo que não haja sol. mesmo que pareça tudo menos verão, existe sempre alguma coisa a celebrar. sempre. 
a vida todos os dias nos ensina alguma coisa, se estivermos atentos e percebermos os sinais, ela dá-nos muitas vezes as respostas que tanto precisamos.
nas minhas relaçōes pessoais, todas elas, sempre me senti como a pessoa que dá mais, que ama mais, que se entrega mais. mesmo que isso nem sempre me tenha feito bem percebi, com a idade, que não sei ser de outra forma e que, quando gosto, gosto de verdade, entrego-me de verdade, vivo de verdade.
e essa entrega, essa dedicação quando nos é, de alguma forma, traída faz com que a desilusão seja ainda maior. o meu Pai sempre me disse que conhecemos as pessoas de verdade nas dificuldades, quando estamos menos bem, mais frágeis, quando só precisamos de um colo e pouco mais e, guess what, aquela pessoa por quem já tanto fizemos, parece não estar ali mais para nós, mesmo quando conhece a nossa história, mesmo quando sabe que neste momento apenas precisamos de sentir que não estamos sos. apenas precisamos que nos abrace de verdade e nos diga que, lá mais para a frente vai ficar tudo bem. porque vai mesmo.

Bom fim-de-semana, que o saibam viver em pleno e que não vos falte amor.



Mia

Viagem por Marrocos | Clube Lisboeta

8 de agosto de 2019

Acho que todas as vezes que escrevo sobre o Clube Lisboeta uso a mesma expressão porque a verdade é que eu sou das que gosta muito de voltar onde já fui feliz e ter a oportunidade de repetir essa felicidade. 
Voltei para um jantar a meio da semana, super descontraído, um momento em que somos capazes de esquecer o trabalho e a agitação dos nossos dias, e desfrutar apenas de boa comida, um bom vinho e a companhia perfeita. Ser feliz nas coisas mais simples da vida é, cada vez mais, o meu lema.

Desta vez a minha viagem foi até Marrocos, onde fizemos o check in com um Arak, uma bebida típica, seguido de um escabeche de carapau, carpaccio de beterraba, vinagrete de pistachos e rúcula, depois um guisado de lentilhas e feijão mungo em especiarias couscous com frutos secos e ervas frescas que foi dos meus pratos favoritos, uma combinação de sabores fabulosa! Terminei com um guisado de borrego ao molho de mel e amêndoas, arroz de tâmaras, quiabo e romã, confesso que estava com algum receio de não ficar muito fã desta opção já que não sou a pessoa mais apaixonada por borrego, mas não tinha um sabor nada intenso, estava muito bem confeccionado e tornou-se numa agradável surpresa.

Em semanas mais puxadas ou com maior nível de stress, confesso que gosto de fazer esta "quebra" e poder ir jantar fora para descomprimir, ajuda-me a levar o resto da semana com outra disposição, outra leveza e o Clube Lisboeta é sempre uma boa opção para esses dias. 








Clube Lisboeta
Rua da Escola Politécnica, n.84/90
Lisboa

Com amor,
Mia 




TURN OFF

5 de agosto de 2019

Ainda há alguns dias falei aqui sobre o facto de achar que o instagram é o novo tinder. Esse post gerou muitas msg e a verdade é que hoje em dia, qualquer rede social serve para engate barato, até o linkedin, essa rede que achávamos todos ser super profissional. #sqn

Sem julgamentos, até porque cada um sabe de si e faz o que quiser da sua vidinha, a verdade é que hoje em dia, conhecer alguém e marcar um date parece ser uma coisa super simples e fácil de acontecer e pode estar mesmo à distância de um mero click. Um outro click igualmente fácil de destruir acontece quando surgem algumas questões, a maior parte delas tão simples e tão básicas, mas que nos impedem de seguir o caminho porque são incompatíveis com o nosso feitio, com a nossa maneira de ser e estar, são eles os turn off desta vida. 
Os que vou referir são os que considero como os piores ou aqueles que, acontecendo comigo, dificilmente  teriam grande hipótese de avançar, por mais brasa que seja ou mesmo tendo aqueles olhos verdes a quem não se diz que não, há mínimos meus amores, porque em bom rigor, aos 38 anos acreditem que o exterior já não é, de todo, o factor mais importante. #graçaaDeus

Quando me questionam sobre qual é para mim o maior turn off de sempre eu não demoro nem um segundo a responder: erros ortográficos. Por amor da Santa, hoje em dia qualquer smartphone tem dicionário não havendo mais desculpa! O clássico sem h é algo que, em 2019, sinceramente não consigo entender nem aceitar. E continuando nas palavras, mensagens com LOL e demasiados emojis podem tornar a conversa um pouco infantil, quebrando assim o gelo, da mesma forma que se usarem demasiadas abreviaturas e K's e afins é mais que motivo para seguirem logo a vossa viagem. 
Visualizar msg e ficar sem responder é, muito provavelmente, das coisas que mais irritada me deixam, não responder de uma forma imediata pode criar algum suspense, é um facto mas, quando passa ao momento em que mais parece que estamos a ser ignoradas acaba por se perder o interesse afinal ninguém gosta de sentir que está "a falar para o boneco"! Uma mensagem de "bons dias" e "um boa noite, dorme bem!" custa tão pouco e nunca desilude. 

Numa ida ao restaurante dou por mim a analisar todos os movimentos da pessoa, acreditem que não é por mal, é tão mais forte que eu que não dá para evitar. Continuo a achar a maior graça que, num primeiro date, nos afastem a cadeira para nos sentarmos, da mesma forma que ainda gosto que me abram a porta do carro ou me deixem passar à frente, seja no elevador ou na porta do prédio. Chamem-me antiquada mas, feminismos e igualdade de sexos à parte, são regras de educação que marcam pontos sempre. Voltando à mesa, há toda uma arte em saber pegar nos talheres de forma correcta, em pousar o guardanapo no colo, em manter a boca fechada enquanto se mastiga (acreditem que ninguém quer ver o vosso bolo alimentar!), em não fazer barulho a mastigar! Please! Tudo menos isso. Não consigo, é coisa para me levantar, dizer que vou à casa de banho e não voltar. Sorry, don't hate me! Num primeiro encontro, e de forma sincera acho que isto é válido para os vários encontros seguintes, não se deve passar a vida com o tmv nas mãos, seja num jantar, numa ida ao cinema, num passeio pelo jardim. É um programa a dois e se no início já há necessidade de recorrer a essas coisas, acreditem que o interesse é pouco. Da mesma forma que falar em ex's é coisa para eu revirar os olhos de forma quase imediata e sem querer disfarçar. #shameonyou Ninguém quer saber disso logo assim, a frio, nem ninguém quer nem precisa, ser comparado a outra pessoa que por acaso até já lhe devia ser indiferente. 
Beber demais e falar muito alto são condutas que também merecem a minha reprovação, no fundo trata-se de educação e de mínimos que todos nós devíamos conhecer e não é preciso andarmos por aí a conhecer pessoas para as colocarmos em prática. Ao mesmo nível da conversa das antigas conquistas está aquela pessoa que é tão exibicionista, tão convencida, tão gabarolas que mal nos dá tempo de antena para contarmos algo da nossa pessoa ou vidinha. Não consigo suportar, sorry, trata-se de um encontro, logo a ideia é conhecermo-nos os dois e não só um fazer toda uma espécie de monólogo boring! #jáfoste
Insegurança a mais também não, nem tanto ao mar nem tanto à terra, consigo achar uma certa graça e até charme mas na dose certa, e encontrar esse equilíbrio não é para todos.

Quando superamos o primeiro date e decidimos avançar, confesso que consigo ser ainda mais exigente em algumas observaçōes e detalhes, afinal é preciso assegurar que "a coisa tem pernas para andar"!
Quem nunca deu aquela geral básica nas redes sociais da outra pessoa? Perfil, fotos que partilha, os likes, as resposta que dá aos comentários que recebe, as contas que segue e, o mais importante, os likes que anda a distribuir por ai. Sim, ok calma: sem exageros e sem pressões até porque aquele like na foto da boa da Sara Sampaio é coisa para até eu ser a primeira a ir lá deixar, e lá está, uma coisa é aquela pessoa que sabemos que só seria nossa em sonhos e mesmo assim sabe Deus (tipo a minha relação de adoração com o Bradley Cooper), outra é aquela miúda (quase) tão normal como nós que sempre que aparece em fato de banho ou com uma mini saia saca um like dele. Perdoem-me mas se há coisa que me incomoda é percorrer todo um feed de instagram e ver likes da pessoa que por acaso até anda a sair comigo, distribuídos em vários perfis femininos. Ela é foto de bom dia, já lá está o like, ela é foto na piscina, toma lá mais um... não sei, chamem ciúme, chamem o que quiserem, sei que as pessoas não são cegas e gostamos todos de apreciar "coisas bonitas" mas acho que podemos só observar e continuar o nosso caminho, sinto sempre que os homens que fazem like em tudo e em (quase) todas, estão com as "frentes todas abertas" ou estão "jogar em vários campeonatos ao mesmo tempo". Obviamente que isto se aplica ainda mais aos que continuam em chats a alimentar conversas alheias! O que não falta é artistas por aí! Ninguém gosta disso, acreditem. É, uma vez mais, uma questão de educação e respeito pela outra pessoa e sim, isto nunca vai sair de moda, acreditem. 


Quando comecei o rascunho deste post não pensei tanto em questões físicas ou de aparência e não quero muito ir por aí, pode sempre, quem sabe, ficar para um outro post já que este já vai longo demais, mas óbvio que existem algumas coisas que matam qualquer interesse mesmo antes de ele ter começado. Que homem nenhum se apresente, em nenhuma circunstância, ao meu encontro de tshirt de mangas à cava, confesso que nunca me aconteceu e juro que nem sei como iria agir de tão mau que acho! Acho que teria mesmo de arranjar uma desculpa tão básica como aquele outfit para fugir! #nãovaidarmesmo

O beijo é, para mim, das coisas mais importantes e que mais me ajudam a perceber a compatibilidade que possa existir com aquela pessoa. Já todos ouvimos dizer que para encontrar o príncipe encantado é preciso beijar muitos sapos antes! Pode ser uma questão de sorte ou nem por isso. Mas sou das que deposita muita importância e alguma expectativa nisso e é obvio que estarão excluídos os que não pratiquem uma boa higiene oral! Please!!  #ninguémmerece Tenho uma enorme pancada com dentes, (a começar pelos meus! ahahaha) e, por isso, sou muito atenta a esse pormenor. Depois disso olho  imediatamente para as mãos, sempre.

Sobre tudo isto haveria muito mais para dizer, acreditem. Sinto que poderia estar horas a falar disto e trocar ideias e impressões convosco. 
Para quem continua na luta, força e coragem, não queiram para vocês menos do que merecem. Mesmo que só se queiram divertir. Nunca se esqueçam que há mínimos que, nem como o melhor dos temperos, conseguem ajudar com que a relação ganhe forma e se desenvolva. :) 

Good luck! 
Mia 












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