Computador ligado faz mais de uma hora. Várias janelas abertas numa tentativa, mais que frustrada, de ganhar alguma inspiração. A minha playlist repete-se vezes sem conta nos meus ouvidos, o café já era e nem o sol que se faz sentir parece querer ajudar.
Uma folha em branco que começa a dar comigo em doida. E não é que me faltem coisas por dizer ou por sentir, mas às vezes dava tudo para que este espaço não tivesse o meu rosto associado. Para que de alguma forma, fosse mais fácil partilhar algumas coisas que me apetecem deitar cá para fora sem que me sentisse julgada, mal interpretada ou menos correcta.
Na grande maioria dos dias o preço que se paga por se ser "de verdade" é alto demais. As pessoas tendem a apontar o dedo a tudo. Olham o rosto e julgam saber o que vai no coração. Fazem apostas, filmes, todas as novelas mexicanas possíveis e imaginárias e inventam. Na arte de inventar há muito mestre por aí, acreditem. Esse julgamento que se faz quando só observamos os olhos de alguém através do ecrã de um telemóvel é tão mas tão redutor. E a linha que separa aquilo que queremos expor e aquilo que é a nossa vida privada e que, por isso mesmo, por ser privada, só a nós diz respeito e ninguém parece entender?
Desde quando nos tornámos tão interessados na vida alheia, no dia menos bom que aquela pessoa parece estar a viver, na roupa que ela traz vestida e que julgamos ser incapazes de usar, porque teremos de julgar tanto os outros? Porque não nos preocupamos mais com aquilo que é a nossa vida e menos com a vida dos outros?
Talvez um outro dia me apeteça partilhar o que me vai no pensamento, talvez me apeteça dizer, sem grandes medos, que tenho cada vez menos paciência para pessoas metidas, para a "amiga" que é tudo menos amiga e que só aparece para tentar saber algo que sabe que nunca terá direito a saber. Talvez um dia me apeteça dizer que me importa cada vez menos a opinião dos outros, o que as pessoas pensam de mim, se as agrado ou nem por isso. Eu quero é ser feliz. Quero muito ser feliz e é, para e por isso, que me levanto todos os dias. E para os que gostam verdadeiramente de mim é somente isso que importa.
Com amor,
Mia
Querida Mia tão verdade!! Tanto que tinha para partilhar contigo! quem sabe um dia!!
ResponderExcluirBeijinhos Sê feliz!! Esse é o caminho sempre em frente!!
👏🏽👏🏽 Muito bom Mia.Algumas pessoas só têm o mal no lugar do coração.
ResponderExcluirNão tem mais nada para fazer e a vida delas não tem nada de bom. Por isso colocam o nariz na vida dos outros.
O melhor é mesmo não ligar, seguir em frente e sermos quem somos.
Adoro de coração o seu trabalho 🥰😘
Não precisas (muito) de outros para encarar e aceitar a tua vida, as tuas vitórias, fracassos, ganhos, coragens ou simplesmente derrotas. Para te levantares da cama, seja manhã, seja de tarde - para não te levantares sequer porque o corpo pede-te descanso e muitas vezes as lágrimas também. Mas, na verdade, a opinião dos outros, qual raiz de planta malvada, vai-se entranhando. E a cada passo para a libertação que damos, são dois ou três para trás. Queremos estar bem connosco e de repente alguém, que às vezes até pensamos que conhecemos, nos diz algo que nos atinge de tal forma o âmago, que toda a nossa vontade de fazer, esvai-se. Mas acho que o segredo é esse: um dia de cada vez. Seja no 30 de Julho, ou no 30 de Dezembro, mas um dia de cada vez.
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