Hoje o meu dia começou com um simpático pequeno-almoço na companhia de Meik Wiking, autor do livro "O livro de LIKKE, os segredos das pessoas mais felizes do mundo". Tivemos motivo para uma conversa descontraída e com boas gargalhadas. Acredito que o conceito de felicidade varie muito de pessoa para pessoa, o que significa ser feliz para mim pode não ser suficiente para uma amiga minha, por exemplo. Acredito, cada vez mais, que a felicidade são momentos que vivemos, às vezes instantes. Não acho que seja possível sentirmo-nos sempre felizes, todos os dias. Eu não me sinto feliz todos os dias. Durante muito tempo vivi um pouco obcecada com isso, com a necessidade de me sentir sempre bem e, pior que tudo, de mostrar aos outros que era feliz. Hoje, com outra idade e depois de ter passado por algumas coisas, percebi que não há mal nenhum não se estar bem todos os dias. Ter momentos de tristeza, dias em que não somos capazes de enfrentar o mundo e em que só queremos ficar na nossa bolha, sem que ninguém nos veja ou incomode. Hoje percebi que não tem mal nenhum chorar, assumir que precisamos de ajuda, de um ombro, de um colo amigo.
Um pouco depois de ter perdido o meu Pai, numa semana em que tinha vários compromissos dei por mim a exigir imenso de mim, no que diz respeito ao estar bem, ao estar sempre a sorrir ou a mostrar às pessoas uma felicidade que não existia. Graças a Deus, durou pouco e voltei a cair em mim e a perceber que a dor que sinto é grande demais para fingir coisas que não sinto. Sem justificacões nem grandes coisas, só quem passa pelo mesmo percebe o que significa e o quanto custa continuar a vida.
Hoje sinto que a felicidade passa muito além dos bens materiais, calma, sem falsos moralismos, óbvio que o dinheiro também nos ajuda a ser felizes, a pagar as contas de casa, a permitir que possamos ir jantar a um restaurante giro ou a comprar aqueles sapatos que tanto há tanto tempo andávamos a namorar. Mas percebi que sou feliz com momentos simples, junto das minhas pessoas. Quantas vezes, depois do jantar, quando estou na sala com o meu marido, penso (e chego mesmo a dizer) que me sinto feliz ali? Chegar a casa e ter alguém que amamos, e que nos ama, à nossa espera é mágico. Alguém que quer saber como nos correu o dia, que nos mima fazendo o jantar, que quer a nossa companhia. Só isto deveria ser motivo mais do que suficiente para nos sentirmos felizes.
Ontem tinha sido um dia menos bom, ando com uma série de questões difíceis de resolver comigo mesma, com o meu corpo, com a minha alimentação, com as idas ao ginásio que estão difíceis de retomar. Sei que tenho de resolver tudo isto, mas com tempo, sem pressões. Sei que não posso, nem quero, acordar todos os dias a evitar olhar-me ao espelho e, por isso mesmo, hoje ganhei coragem para sair e assumir os compromissos que tinha, e sabem que mais? Senti-me feliz. Nem que tenha sido um instante mas foi bom e isso é, sem dúvida, o mais importante.
Agora é hora de desligar. Já tenho o amor em casa, já cheira a comida e é tempo de eu ir colocar uma mesa bonita e ser feliz na melhor companhia da minha vida.
Uma noite feliz a todos.
LOOK: Zara | Ténis: Vans
Carteira: Chloé
Com amor,
Mia
Nenhum comentário