Termino a semana da mesma forma que comecei, serena, em paz. Foi uma semana do caraças, com projectos bons a arrancarem, com tempo para estar com as minhas pessoas, beber um bom vinho e brindar às coisas boas da vida, uma ida ao cinema para ver um filme delicioso ("Chama-me pelo teu nome") e para ir à televisão, que é algo que amo e que fazia todos os dias se pudesse.
Não gozei tanto a minha casa como gostaria nem o meu marido, foi uma semana cheia para ambos mas, para tudo isso vai servir este fim de semana, que acaba mesmo agora de chegar.
Às vezes precisamos de tempo para perceber os sinais que a vida nos vai dando, precisamos de acreditar mais em nós, no nosso instinto. Perceber que só temos esta vida e que não a podemos perder a fazer o que não queremos ou com as pessoas erradas.
Queixo-me muito do tempo, ou melhor, da falta dele. É um facto que não posso negar. Sempre que chego ao final da semana sinto que ficou por fazer alguma coisa, retribuir uma chamada, um email, um café. Perceber que, mais uma vez, foi impossível ir almoçar com aquela amiga com quem estamos há tanto a combinar, ou que não conseguimos organizar a casa e as nossas tralhas que tanto precisam. Muitas das vezes não é por mal. Eu lido mal com isso. Sou a primeira a cobrar-me a mim mesma. Sofro, choro, a minha ansiedade fica a mil. Custa-me horrores adormecer porque sinto que esta cabeça não desliga. Sinto sempre que falhei em algo. Esta semana tentei fazer o pensamento ao contrário. A verdade é que as vezes fico com a sensação que não sou só que posso estar em falta. Afinal, quantas vezes dou por mim a perceber que se não for eu a mandar uma mensagem, um "olá, estás bem?" "era só para te mandar um beijinho de bom dia!" acabo por não receber nada ... ora pois, a verdade é que eu também gosto de sentir que se lembram de mim, que sentem saudades. Eu também gosto que uma amiga me envie uma msg de manhã só para desejar um bom dia! Mais nada, tão simples quanto isto ...
Eu sou a primeira a fazer de tudo, a tentar dar a volta a agenda para conseguir tempo para os meus. Juro. Mas às vezes não dá, às vezes os nossos dias parecem não chegar para tudo o que precisamos fazer, chegamos à noite cansados e nem nos apetece falar com ninguém. Muitos dos meus dias são passados de um lado para o outro, literalmente. Ora com uma apresentação no Chiado, depois outra em Marvila, segue-se mais uma reunião na Avenida da Liberdade e, tudo isto sempre a aguentar o belo do trânsito de Lisboa que todos nós sabemos bem o quão desesperante é! E a verdade é que muitas das vezes sinto que as pessoas não dão o devido valor ao esforço que fazemos para estar com elas, seja num compromisso profissional ou num encontro de amigos. Se isso me deixa triste? Sim, deixa. Mas é mais uma das coisas que quero muito tentar mudar em mim este ano. Eu tenho a minha vida, o meu trabalho, os meus compromissos. Nem sempre consigo fazer o que gostaria. Eu não posso passar a vida a culpabilizar-me disso ou deixar que me façam sentir mal por isso.
Daí dizer tanta mas tanta vez que, ao fim de semana, tento desligar, o máximo possível, de tudo o que seja problemas ou que me impeça de estar bem.
Quero uma vida com mais qualidade no que toca aos afectos, mais abraços, mais carinho, mais tempo para os que amo e que me amam e, acima de tudo, que me conseguem aceitar da forma que sou, com os meus defeitos e qualidades.
A idade não nos traz só rugas também nos traz coisas boas como esta capacidade de irmos percebendo, cada vez mais, que a felicidade está nas pequenas coisas. Às vezes dura um momento, mas que esse momento, por mais curto que tenha sido, nos tenha deixado de coração cheio.
É tudo isso que vos desejo para o fim de semana, sejam felizes.
LOOK:
Cardigan: Zara | Jeans: Zara
Cinto: Gucci | Botas: Mango
Com amor,
Mia