À ESPERA DO FIM-DE-SEMANA

15 de dezembro de 2017

É assim que me sinto. Parada. Á espera que chegue o fim de semana. Ufa, a semana está a terminar. Estamos cada vez mais próximos do Natal. Mil e uma coisas para tratar. Vontade zero. De forma muito sincera, sem máscaras nem frases bonitas, sinto-me desejosa que chegue Janeiro. Estou a tentar, de todas as formas possíveis e imaginárias, aguentar esta altura do ano que, desta vez, é tão mais difícil do que o habitual. O ano passado lembro-me muito bem o quão duro foi, o meu Pai já estava doente e recordo-me de me sentir grata por tê-lo comigo. Este ano não há musica, luzes ou arvores bonitas que me tragam alegria. Que me aconcheguem o coração. Sinto que fujo da saudade e das memórias a sete pés, nos mil e um compromissos da minha semana, tento não pensar muito nisso. Mas depois, paro. Seja no carro, num sinal vermelho. Ou quando apago a luz, no quarto ao deitar-me e vem tudo à cabeça, as imagens, os abraços, as lágrimas. Queria conseguir dizer-vos que me sinto melhor mas estaria a mentir. Que o tempo ajuda quando sinto que só magoa mais. Estou a aprender a viver e a lidar com esta dor, com este jeito menos colorido de olhar e viver a vida. Com um vazio que dá cabo de mim.

Todos os dias tento encontrar um motivo para me sentir grata. Todos. Seja uma mensagem que uma amiga me envie, um telefonema da minha mãe, a minha sobrinha Bi a fazer-me festas no cabelo ou observar o meu marido sentado no sofá à noite. Agradeço por isto. Pelos que estão comigo. Pelos que me dão força e tentam reconfortar o meu coração.

Amanhã preparo um pequeno saco de viagem e vou passar o fim de semana fora daqui. Tentar desligar a cabeça, tentar respirar com calma, dormir e namorar muito.
Prometo partilhar alguns momentos com vocês , que tanta companhia me fazem e carinho me dão.

Desejo que o vosso fim de semana seja feliz, que tenham tempo para os vossos, que abracem muito, que soltem boas gargalhadas, que se sintam amados. É por tudo isso que vale a pena viver.






























 LOOK: Zara | Jeans: Salsa
Carteira: Gucci

Com amor,
Mia
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Um comentário

  1. Querida Mia,
    Há muito que sigo o blogue. Nunca comentei.
    Há algum tempo que sinto na pele essa tristeza.
    É o quarto Natal que passo sem a minha mãe, oficialmente deixou-nos há uma semana. Mas há quase quatro anos que um AVC a tirou de nós. Foram longos estes anos, no entanto eu sabia que ela estava ali.
    Ainda estou meia anestesiada, confesso. Todos dizem que foi o melhor. Como se perder uma mãe fosse o melhor para alguém. A revolta ainda é muito grande.

    Fui mãe de gémeos há 7 meses. Por ironia, ou coincidência, no dia que fazia 3 anos que a minha mãe me deu o último abraço sentido e me encheu de beijos. Quase que nasciam naquela terrível data, por 2 minutos. Este é o primeiro Natal deles e sinto um misto de sentimentos. Estão ajudar-me a amenizar a minha tristeza. Por outro lado, olho para eles e sinto uma mágoa muito grande por não terem a oportunidade de conhecer a avó. Tanto ela pediu para viver este momento. Sei que ia delirar.

    A vida é injusta. Muito.
    Também quero que esta época termine rapidamente. Também quero que amanhã seja Janeiro.

    Espero que consiga ter um Natal em família e que consiga arranjar forma de minimizar essa dor.

    Um beijinho no coração.

    CRS
    ameninadouro.blogspot.pt

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