L u z

16 de novembro de 2017


{Às vezes é bom desaparecer. Às vezes, só às vezes é melhor ainda demorar no regresso. Daqueles lentos, compassados, no meio de estações de comboio em manhãs de outonos, cheias de nevoeiro, e frio. Às vezes é bom esperar para ganhar sorrisos. Para ganhar abraços, palavras melhores. E sabe tão bem, como aquelas viagens em estradas do interior, em finais de tarde quentes de verão, quase quase sem luz mas com... Às vezes, só às vezes, os sorrisos devem ficar no segredo. Outras vezes, devem ser partilhados. Porque são desapego, manobra de ingenuidade. E sabem bem que se fartam. Assim mesmo, encontrados, depois de achados perdidos.}
As palavras não são minhas. São do Pedro Sadio. A foto também. Há 7 meses atrás o Pedro fotografou-me. Eu estava triste. Muito triste. Com a vida. Com as pessoas. E ficou tudo ali. Numa imagem que continuo a olhar porque sou eu e porque não quero esquecer. Mas que já não é actual. Ontem sentei-me e disse-lhe, entre muitas outras coisas, que continuo às cabeçadas com a vida. Que continuo com dias tristes. Que as pessoas continuam a desiludir-me. Só que hoje, depois do que passei, já não me importa tanto. Hoje, quem importa sou eu. 7 meses depois, está tudo aqui. Nesta e noutras imagens que o Pedro captou. Esta sou eu. Com as minhas inseguranças, com as minhas certezas. Este é o meu olhar. Um olhar de quem tem dias bons e dias menos bons. Um olhar que consegue sorrir. Um olhar de quem acredita {muito} que um dia vai tudo passar e fica apenas o que é bom e tem de ficar.
Ontem foi um dia bom e está tudo aqui, nesta luz que tu Pedro soubeste {tão bem} captar.
Obrigada. 

3 comentários

  1. Curiosamente gosto mais da 1.ª foto. Com um semblante mais triste mas também mais verdadeiro e cru, no bom sentido.

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  2. As fotos são o "espelho da alma", a Mia está linda e é sempre linda!
    beijinhos

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