Ontem, depois de um dia de trabalho, fui a uma ante-estreia na companhia de uma amiga. Já tinha visto o trailer e sabia que o mais certo era resultar numa grande choradeira. Não me enganei, de todo. Impressionante como há histórias que mesmo sabendo que são apenas filmes nos conseguem passar uma mensagem tão forte, daquelas às quais não ficamos, de certeza, indiferentes.
Um Homem de Família é uma dessas histórias, Dane (Gerard Butler), um caça talentos que trabalha 70 horas semanais com a sua rival Lynn (Alison Brie) pela posição de diretor da empresa. Durante a sua luta no trabalho, Dane vê o seu filho de 10 anos, Ryan (Max Jenkins), ser internado com leucemia e o seu pior pesadelo torna-se realidade, fazendo com que este tenha de alterar as suas prioridades para salvar a sua família.
Durante o filme, lembrei-me imensas vezes do meu Pai, de como o facto de ter ficado doente alterou toda a nossa vida e a nossa estrutura familiar. O tempo, do qual nos passamos a vida a queixar, tornou-se cada vez mais valioso. Aprendi a relativizar uma série de coisas na vida, a perceber que muitas vezes nos queixamos de "barriga cheia", a constatar que algumas prioridades estavam (tão) trocadas. Os momentos menos bons também têm de nos servir para alguma coisa, no momento em que nos cai tudo em cima não conseguimos perceber isso mas, com o passar do tempo, tudo fica mais claro.
Quando soube que o meu Pai estava doente tentei estar o mais presente possível, acompanhá-lo e, acima de tudo, fazer com que soubesse e sentisse que não estava sozinho, que estávamos todos ali, juntos, a lutar pelo mesmo.
Agora, e depois de todo o processo que vocês já sabem, faço um esforço enorme para não perder mais tempo com o que não interessa. Percebo, cada vez mais, que a vida é um instante e que deve ser aproveitada ao máximo e, se possível, junto dos que são efectivamente importantes. Saber estar rodeada de quem nos quer bem é fundamental para sermos felizes.
Perceber que todos nós precisamos de trabalhar e tentarmos ser bons no que fazemos mas que também é preciso tempo (de qualidade) para os nossos, para a nossa família, para ver os nossos filhos crescerem, para amar e sentirmo-nos amados. No meio da correria, do stress e de todas as responsabilidades dos nossos dias, é importante não nos esquecermos do que é realmente importante. Pegar no telefone e ligar a uma amiga só para dizer que temos saudades e que gostamos dela. Fazer uma surpresa aos nossos Pais só para lhes dar um grande abraço. São pequenos gestos, como estes, que podem marcar a diferença nos nossos dias, pequenas coisas que não têm preço mas que têm um valor incalculável. É preciso valorizar as pessoas que amamos enquanto elas cá estão.
Este drama, que eu acho que vale muito a pena assistir, chega dia 16 de Novembro aos cinemas.
Bom feriado, que o aproveitem da melhor forma possível junto dos vossos.
Com amor,
Mia
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