Ainda não vos tinha contado da minha viagem a Madrid, a propósito do I Encontro Ibérico de Bloggers, um convite que muito feliz me deixou, o motivo era refletir sobre a vontade e o desejo de ser Mãe e de todas as coisas que gostaríamos de poder realizar antes disso acontecer.
A verdade é que, actualmente, a maternidade acaba por surgir cada vez mais tarde na vida de uma mulher. Hoje em dia, as mulheres estão mais conscientes do que querem e lutam por isso, tanto a nível pessoal como profissional. Questões como, construir uma carreira, juntar algum dinheiro e poder viajar acabam por se tornar prioridades e objectivos antes de avançar para a maternidade. O próprio casamento, a concretizar-se, também chega mais tarde.
Quando se fala em família torna-se quase inevitável não pensar em filhos. Eu percebo a ideia mas, e falando por mim, que não tenho filhos, não sinto que a minha família, constituída por mim e pelo meu marido, seja "menos família" do que alguém que tenha quatro filhos, por exemplo. Já senti na pele varias vezes essa discriminação por não ter crianças. E a verdade é que, na maioria das vezes, isso vem de pessoas que não me conhecem ou que sabem muito pouco da minha história e que não fazem a menor ideia se não tenho filhos por opção ou porque, pura e simplesmente, possa não ter conseguido até hoje. E isso é coisa para me incomodar mesmo, porque acho que cada um de nós deve ser aquilo que quiser e fazer da sua vida aquilo que mais desejar.
Durante este nosso encontro tão agradável e interessante, foram-nos mostradas várias realidades, relativamente à natalidade e às prioridades actuais das mulheres antes de serem mães, falámos também das diferentes formas preventivas, acima de tudo, trocamos testemunhos e experiências pessoais, e, tal como eu refiro no pequeno video que vos deixo, aquilo que desejo para a minha vida não tem de ser igual ao que os outros desejam. Com filhos ou sem filhos. E não serei menos por isso. Tantas e tantas vezes, em partilhas aqui no blog, falo muito na felicidade, não temos todos os mesmos objectivos na vida, mas julgo que todos nós devemos correr atrás daquilo que nos faz feliz.
Neste encontro, foram também abordados e analisados os métodos contraceptivos mais recorrentes. Tanto em Portugal como em Espanha, a toma da pílula diária bem como o uso do preservativo, lideram as estatísticas.
A questão da Pílula do dia seguinte também esteve "em cima da mesa", e julgo que, no que diz respeito a esta questão, ainda existe muito desconhecimento. É importante que as mulheres perceba m a forma como ela realmente actua.
Não se trata de um método abortivo como tanta gente pensa pois não existe nenhum embrião (e quero mesmo frisar esta questão até porque no momento em que coloquei uma imagem minha no Instagram no dia do evento e sem qualquer referencia a esta questão, fui imediatamente alvo de um comentário muito feio, desagradável mesmo, como se eu defendesse a toma desta pílula de forma irresponsável, acreditem que é importante ter a certeza das coisas antes de atacarem algo ou alguém, só porque possam pensar de forma diferente). Esta pílula apenas interrompe o processo de ovulação, tratando-se sim de um método de emergência que não deverá ser tomado de forma habitual, nem após o período indicado para a sua toma.
Todas estas questões, dos métodos contraceptivos a usar, por exemplo, deverão, a meu ver, ser questões faladas entre o casal, são preocupações dos dois e todos nós certamente, até já tivemos experiências menos positivas no que toca a relações. Julgo muito importante mesmo, envolver o parceiro nestas preocupações, na escolha da contracepção, nas decisões a tomar quando as coisas não correm como desejávamos. É importante falar, partilhar tudo, sempre.
O evento, que decorreu numa cidade que tanto gosto, contou com a participação de bloggers portugueses e espanhóis. Houve momentos de esclarecimento e debate, contamos com a preciosa ajuda, moderação e testemunho da sexóloga Marta Crawford, que conseguiu deixar-nos muito à vontade para partilhamos alguns dos nossos pontos de vista e experiências.
Resta-me agradecer este convite e dizer que foi, para mim, uma experiência muito enriquecedora.
Poderão obter mais informações relacionadas com as questões abordadas em #eutambem ou www.eutambem.pt .
Com amor,
Mia
Cada um sabe de si e das escolhas que faz. Acho que isso sim, é responsabilidade! Tal como as pessoas são diferentes, a própria vida deve ser vivida mediante as nossas prioridades e objectivos. Não existe um padrão que nos obrigue a ter companheiro/ marido e logo em seguida procriar... Sou Mãe porque assim o decidi com o marido e não porque achei que "devia" isso à sociedade ;) Penso que muitas vezes as pessoas colocam essas questões dos filhos por pura maldade, tentando "deitar" abaixo de alguma forma a Mulher... Mas é apenas a minha opinião! Beijinho! :)
ResponderExcluirum beijinho
ResponderExcluir