Das pessoas

1 de novembro de 2014
imagem descaradamente roubada do instagram do meu amigo Pedro Crispim

Se há algo que prezo na vida são as amizades que tenho.
Não faço coleções, não sou daquelas pessoas que grita ao mundo dizendo que tem uma mão cheia de amigos. Não tenho e sinceramente, no que toca a sentimentos, sempre preferi qualidade a quantidade.

Entrego-me sempre nas minhas relações. Gosto que as pessoas que fazem parte da minha vida sintam que podem contar sempre comigo. Que estou aqui, à distância de um telefonema ou um sms. Sempre.
A vida tem me pregado algumas partidas, algumas desilusões. Não, não temos todos o mesmo "sentir", não damos todos o máximo nas relações que temos, não nos dedicamos da mesma maneira ou com a mesma intensidade mas, no que toca à amizade devíamos todos ser leais, sinceros, verdadeiros.

Aos 30 custa-me perder o meu tempo com quem não me merece. Custa-me dar oportunidades que sei que não são merecedoras. Custa-me continuar a insistir numa tecla que está mais do que avariada, gasta, tão usada que não passa daquilo!

Aos 30, a minha triagem tornou-se muito mais "apertada", muito mais selectiva, exigente.
A vida é curta demais para ser perdida com quem não interessa, com quem nos magoa. 
Por vezes, olhamos vezes sem conta para aquela pessoa que se encontra diante de nós, desejamos que seja algo que ela nunca será capaz de ser, provavelmente o defeito nem é da outra pessoas mas sim nosso. Porque esperamos demais, esperamos algo que não nos conseguem (ou não querem) dar. A expectativa é tramada,  é uma filha da mãe. Depois vem a desilusão. A mágoa, a tristeza. Com a mesma intensidade que me entrego despeço-me sem olhar para trás, quando sinto que já não dá mais, quando percebo que gastei todos os créditos e que, efectivamente já não sou feliz ali. Quando percebo que aquele lugar já não me pertence.

Vivemos numa época onde tudo se tornou descartável, onde hoje fulano A é o nosso melhor amigo porque nos dá um jeito do caraças mas amanhã já não serve. Tal e qual uma camisola, usada vezes demais e que ganha o belo do borboto.
Não consigo ser assim. Não consigo nem quero.
Quando amo, amo com o melhor que há em mim. Com tudo. E amo para a vida. 
Prefiro pensar que esta é a forma correcta de viver. Com o coração. Com o sentimento, mesmo que a vida continue a dar me algumas chapadas será sempre esta a minha forma de caminhar. Sempre.

Um beijo,
Mia 





4 comentários

  1. Infelizmente é assim...na minha opinião e olhando para o meu exemplo acho que há amigas e amigas. Há aquelas amigas verdadeiras,leais e com quem podes sempre contar mas na verdade na verdade agora que agora que estou nos 30's acho que não tenho nenhuma assim. E depois há aquelas amigas que são optimas para viajar, para rir, beber um copo, ir às compras, muito divertidas mas so isso mesmo e destas eu tenho. É triste mas com o passar dos anos fui percebendo isso!

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  2. Incrível como os 30 têm o poder de nos abrir os olhos em relação às amizades! Fazem com que não se esteja mais para aturar m**das, com que não se esteja mais para perder tempo com quem não merece, ganhamos mais capacidade para dizer NÃO e percebemos finalmente que há pessoas que não merecem a nossa amizade, a nossa dedicação! Ponto final! Há amizades, tal como os amores, que foram feitas para durar uns anos e outras que são feitas para durar a vida toda! Dói mas É assim a vida! O curioso é que esta minha forma de pensar veio naturalmente aos 29/30 e agora compreendo porque é que uma mulher quanto mais velha fica , mais sábia, mais segura fica! Por isso estou a adorar os 30!

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  3. Sinto exatamente do mesmo modo que tu. Quando amo, é com todas as minhas forças, seja no amor ou na amizade e dedico-me a 100%. Infelizmente cada vez mais reparo que apenas querem isso de mim na amizade, sem nada dar em troca. Sabem que podem contar sempre comigo, mas quando é ao contrário está sempre tudo em primeiro lugar.. É triste, e já me rasgaram o peito, foi-me dificílimo olhar para trás e não chorar mais, mas pelo meu bem estar e amor próprio tive que cortar certos laços que apenas eram feitos por mim.
    Revejo-me completamente neste post, e lamento que as pessoas não preservem as amizades e o amor de um modo intenso e dedicado!
    Um beijinho enorme,
    Marta Monte

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  4. Não poderia estar mais de acordo Mia! São essas mesmas desilusões que nos abrem os olhos, uma e outra vez. Ainda não cheguei aos 30 mas já sinto uma necessidade tremenda de afastar de mim todas as pessoas negativas, invejosas e que me dão más energias. Hoje em dia poucas são as relações de amizade que podemos afirmar que são genuínas e verdadeiras, que não esperam nada de nós mas estão dispostas a entregar tudo. São essas amizades que temos que estimar e valorizar, tudo o resto é irrelevante.

    Beijo,
    Ana

    annastyleandliving.blogspot.pt

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