Night

3 de julho de 2014

O que nos une ainda não foi inventado. Será uma cumplicidade tesuda, uma comunhão acesa, uma paixão que se ama. O que nos une ainda não foi inventado. Gosto de pensar que nada nos apagará de nós, que nem a morte - quanto mais a vida - terá força para nos apartar. Os teus lábios de carne e fogo, a tua pele que, com a minha, se agarra ao tempo e o faz parar. E depois o suor, o gemido. E a sensação, sempre a sensação, de que, por mais que os corpos cedam e as respirações parem, algo assim não acabará. Porque só o que é eterno não acaba.


Pedro Chagas Freitas

Um comentário

  1. Identifico-me e compreendo a natureza deste texto, a união da invenção é uma tentação de eternidade, mas nada é eterno, e a paixão... esse fosforo que anda rente ao corpo também é sinónimo de extinção, longevidade nunca foi sinónima de o tempo parar. Não posso dizer quem sou apenas q te conheço há anos e não sou quem tu pensas ser ou desejarias que fosse ora não fosse esse o teu fosforo... Beijos minha querida amiga de longos tempos.

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