Se ela tivesse entrado naquele comboio, Março seria frio e a estação cheia, talvez a sua vida tivesse sido diferente. Talvez ele estivesse, na última fila no último lugar, na última carruagem como sempre, à espera dela, os olhos abertos à procura de um risco que ainda não conhecia. Depois, decerto, ela percorreria o corredor como se percorresse a estrada até ao destino, cada passo e ele mais perto. E então o olhar, o comboio a partir e um olhar parado, ele a olhá-la como se a despisse inteira, ela a olhá-lo como se já nada houvesse a fazer.
PCF
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