“Fazer amigos, manter amigos, perder amigos. A vida, para mim, é isso. Tudo mais é complemento, é consequência, é redundância.
Fazer amigos: o mais difícil, com o passar do tempo. Quando miúdos, apenas são necessários alguns interesses em comum. Entre os rapazes a coisa é ainda mais simples: basta ser adepto da mesma equipa, gostar do mesmo sabor de gelado, demonstrar alguma habilidade com a bola. E assim começa uma longa amizade. A partir da meia idade fazemos colegas de trabalho, companheiros de futebol, cúmplices de bares, mas amigos novos é coisa que vai rareando.
Manter amigos: a amizade permite-nos um sem-número de erros, pequenas maldades, desconsiderações. A amizade pressupõe uma quantidade hiperbólica de perdões. Claro, há sempre um limite. Mas não há amigos perfeitos, porque não há pessoas perfeitas. E o que seria da amizade sem a misericórdia, sem a compreensão? Aos amigos, tudo. Aos inimigos, o justo.
Perder amigos: costuma ser uma tristeza pior que a morte. Quando o que morre é a amizade e não o amigo, o fantasma do que antes era belo assombra e assusta. Quer pior coisa que um ex-amigo? O ressentimento é o cancro das emoções.
Fazer amigos, manter amigos, perder amigos. Repito, repito, repito. Penso e repenso nisso ao fazer amizades de viagens. Já fiz amigos que se tornaram para a vida. E outros que sumiram ao passar do entardecer. Mas, da mesma forma que não desisto de viajar, não abro mão da ilusão de acreditar que cada amigo (antigo ou novo) faz da nossa vida algo melhor e com mais significado”.
Ou como diria o meu Tio Olavo: “A amizade é um caminho não uma estação”.
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ResponderExcluirAdoro o texto Mia, e como o percebo, até nas viagens! Beijo e feliz fim de semana.
ResponderExcluirMuito triste esta última parte.
ResponderExcluirwww.prontaevestida.com