Do (não) ser Mãe

27 de fevereiro de 2014


No outro dia, numa pausa no escritório, falava-se de filhos e do quão tardia se tornou a maternidade nos dias de hoje. Sim, o país precisa de crianças mas sim, esse mesmo país não cria condições para que tal seja possível.

Hoje em dia, ter emprego é quase um luxo. Vivemos assustados constantemente com as noticias diárias. Fazemos (quase todos) contas de cabeça ao que recebemos e vemos o dinheiro quase que escorregar pelas mãos.

Estou casada faz este ano 8 anos. Já perdi a conta à quantidade de vezes que me perguntaram "então e bebés?!", assim como já perdi a conta as mais variadas respostas que fui dando, umas menos simpáticas do que as outras. Isto porque as pessoas partem do pressuposto que temos todos que desejar o mesmo na vida, que todas nós mulheres sonhamos com a maternidade ou até chegamos a casar só para alcançar esse fim.
Mas na verdade acho que as pessoas têm é mesmo que dizer sempre alguma coisa. Porque mesmo quando se já tem uma criança, a pergunta que se segue é " agora já só falta um mano/a"!! Really?? E se eu quiser um filho único? Mimado! Sim!! Não, não posso! "Venha mais um menina, afinal tudo se cria!! " ( e, sobre esta última frase muito poderia eu escrever!).

Comigo está longe de ser assim. Nunca tive esse desejo, ou pelo menos nunca foi um sonho que gostasse de realizar com rapidez. Casar sim, era um sonho. Encontrar alguém que me fizesse feliz e que me provasse que o amor comanda a vida (mesmo nos dias mais difíceis). 
Tenho dois sobrinhos que amo de paixão. Sinto-me sempre abençoada quando estou com eles e fico sempre com a sensação que nos dão tanto com gestos tão simples.
Até há pouco tempo atrás nunca senti qualquer tipo de vazio na minha vida, na minha relação, na minha família. Nunca senti o "falta aqui mais qualquer coisa...".

Já me chamaram de tudo , que sou egoísta, que não quero perder a boa vida, o domingo à tarde no sofá e as saídas para dançar à noite. Que seja. Mas da mesma forma que respeito quem quer ter filhos, gostava que soubessem respeitar quem não tem a mesma ambição ou pelo menos, no timing em que acham mais correcto.

Aquilo que mais me custa a entender e a aceitar é que me achem uma pessoa menos feliz ou menos interessante só por não ter filhos. Isso nunca, até porque antes de ser mãe, sou mulher. Tenho vontade e personalidade próprias. 
Também me faz impressão as mulheres que quase se anulam, que tantas vezes deixam de olhar o marido como homem, que colocam no seu filho todos os seus sonhos, esquecendo tudo mais que as rodeia.

Acredito em todos os clichés existentes relativos à maternidade. Acredito que no dia em que isso me bater à porta irei sentir um amor especial e irei fazer de tudo para ser a melhor mãe que aquela criança possa ter. Mas lutarei para não deixar de ser a pessoa que sou, com os sonhos que tenho. Continuarei a querer interessar-me pelas futilidades que me fazem rir, por acompanhar as temporadas das Kardashians, por espreitar as novidade online da Zara, e por querer saber o que se passa na vida das minhas amigas. Aliás, em brincadeira com uma grande amiga minha, já lhe fui dizendo muitas vezes que se eu me tornar naquelas mães que só sabem falar no cocó e no xixi dos meninos que ela tem toda a autorização do mundo para me esbofetear :) . 
Triste fico ao sentar-me a uma mesa de café, entre amigos, e nunca (ou quase nunca) me perguntarem como estou eu, ou mesmo o que tenho feito. Como se a minha vida não fosse interessante só porque não tenho alguém que me chame Mãe. Esta é sim a parte que custa mais quando se é a única sem filhos.

Se já me habituei? Talvez sim. Fiquei sempre super feliz quando as novidades dos bebés chegaram (da última vez chegou mesmo a dar-me um ataque de choro tipo novela mexicana!). Fico feliz por acompanhar o crescimento dos meus sobrinhos. Por perceber e sentir que são crianças felizes. Acima de tudo, fico feliz pelas minhas amigas porque sei que era algo que desejavam muito. E por isso mesmo, gostava de sentir que também ficam feliz por mim, pelos sonhos que tenho, mesmo que possam ser diferentes dos seus. Porque quando somos verdadeiramente amigos, aceitamos o outro como ele é e ficamos felizes com aquilo que o faz mais feliz.

Um beijo,
Mia 


p.s. sei que é um post assim a puxar um bocadinho para o grande mas ás vezes sabe bem desabafar ...



59 comentários

  1. És linda... como és, como pensas... quem te ama sabe reconhecer o teu valor. Love u girl ♡

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  2. Lindo Post! Revejo-me em muitas palavras. Ainda não sou mãe, e ainda não tive vontade de o ser! Um dia quem sabe...
    Beijos.

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  3. Tive de "roubar", com o devido crédito, claro. :) E às vezes o ar de pena que as pessoas fazem? Até me dá vontade de rir. Oh well.

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  4. Caramba, não vou dizer que sinto o mesmo porque eu desejo ser mãe, mas as constantes perguntas tiram-me do sério. Sempre que me perguntam penso "e se eu não quisesse ter filhso?" ou pior "e se eu estivesse a tentar engravidar e não conseguisse?". Acho que as pessoas insistem mas nem se lembram dessas coisas. Uma vez ouvi alguém a perguntar a uma amiga minha quando ia ter filhos, que tinha de se despachar etc etc e eu ali ao lado, a saber que essa minha amiga já andava a tentar há anos e que tinha tido imensos abortos e andava super infeliz.

    Força aí Mia e sê quem tu desejas ser.

    Beijinhos

    www.prontaevestida.com

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  5. Célia Branq Correia27 de fevereiro de 2014 13:48

    Oh pá oh pá..... aqui revejo a Mia que conheci...já falamos sobre este tema, nunca esquecerei as tuas palavras numa visita a tua casa "A ti vejo-te sempre muito ocupada cheia de papeis....." blá dammmm
    Tudo na vida tem o seu tempo outras coisas há, cujo "tempo" nunca chegará porque simplesmente não tem de ser...
    Quanto ao que dizem e pensam..... Tu melhor que eu sabes que o bom da vida é tão mais do que isso!!!
    Muito bom post!!!

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  6. Olá Mia, costumo visitar o seu blog, e não podia deixar de comentar, respeito as suas prioridades e cada coisa a seu tempo, tenho quarenta anos fui mãe aos 29 e aos 36 e acredite é um amor sem limite, é a continuação da nossa vida, aprendemos a crescer com eles e eles tem tanto para nos dar.
    E a Mia que já demonstrou que tem muito amor para dar, com certeza que no dia que desfrutar o sabor de Mãe vai encontrar muito e muito amor, vai ser reciproco, e é mesmo muito BOM.

    Um Beijinho
    Carla

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  7. Um dos meus desabafos preferidos!
    Tal como tu sabes passo pelo mesmo, quando as pessoas não têm a minima noção do que estão a dizer. Cria-se tudo? Como? se uma creche, mesmo publica paga-se 280€, se não há avós para ficarem com a criança, se vivemos a recibos verdes e nunca sabemos quando nos pagam e se pagam?
    Penso que seja mais responsável assumir que não se quer ter um bebé do que ter a criança porque "está na altura", "porque tem que ser" e depois a criança ser negligenciada, deixada de lado ou ser um mero brinquedo para a mãe que quer "brincar com bonecas". Tal como um pedopsiquiatra conhecido da família disse " não existem mais crianças hiperativas do que existia há 20 ou 30 anos atrás, existem é piores pais e núcleo familiar".
    E não te preocupes, o acordo continua na mesma, a gravida/mãe que ficar totó dos cocós e afins é "esbofeteada" pela outra.
    Love you amiga (exactamente como és)

    Tati. C.

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  8. Excelente "opinião". Acho que a linha de pensamento que referes já deveria estar ultrapassada, e digo isto tendo o maior sentido maternal do mundo, mas acima de tudo (de mães, mulheres, namoradas, amigas, profissionais) somos mulheres (e homens!), e somos um individuo, que - apesar de viver em sociedade e assumir todos os papeis a que isso 'obrigada' - não devemos deixar de parte isso mesmo: a nossa individualidade, o nosso gosto, o nosso caminho. O mesmo acontece com pessoas que não querem casar, nem tão pouco ter namorado, ou - também já vejo muito - por mulheres que abdicam de uma carreira, de uma "vida" em prol de família e estabilidade emocional (não sei se me faço entender nesta ultima parte). Há que respeitar as escolhas de cada um <3

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  9. Apesar de não me rever neste texto gostei muito de lê-lo. Um beijo

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  10. Acho que cada qual sabe de si. O desejo de ser mãe tem de partir bem fundo do nosso coração senão não vale a pena. É a coisa mais maravilhosa da vida, exigente e tão único. Mas se não desejarmos não devemos ter só porque sim. Por outro lado não percebo porque é que quem tem filhos não tem mais apoios (sejam eles quais forem). Vivo num dilema permanente - não tenho família que possa dar apoio, tenho de pagar a alguém para ficar com os pequenitos. Por outro lado estou desempregada e a nossa família não tem direito a redução no IRS pelo facto de termos filhos. Acho isto um absurdo. É uma fortuna criar 2 ou mais crianças. Mas também digo... este país que nada me tem ajudado também não vai contar com os meus filhos para pagar as reformas alheias. Assim que possa estudarei forma de lhes mostrar o mundo. Aqui os meus filhos (e eu) não teremos futuro.

    Por outro lado quem não tem filhos paga os mesmos impostos que eu - que decidi tê-los, que gasto o que gasto em cuidados de saúde, em quem cuide deles, em escolas, em materiais, roupa, comida, fraldas... O Estado não tem qualquer interesse em promover a natalidade.

    Para terminar, é pena e muito feio que às entrevistas de emprego que vou me perguntem sempre: "Tem filhos? Que idades têm?". E o recrutamento fica por ali. País de m****. Exemplos como a Alemanha (3 anos de licença de maternidade - 1 completamente pago e 2 anos em que se mantém o emprego apesar de já não ser pago) - não deveriam ser uma lição? Países nórdicos onde as mães podem optar por part-times? Países do norte da Europa onde ninguém fica nos escritórios a "fingir que trabalha" até às 8 da noite? As pessoas saem às 16h, máximo às 17h, para terem tempo de estar com os seus filhos e darem-lhes EDUCAÇÃO. Coisa que cá não há (educação - tanta gente mal educada... Não vale a pena pensar nisso).

    Por fim, admito que por vezes algum egoísmo saudável e falta de apelo à maternidade faça com que muitas pessoas neste momento não queiram ter filhos ou ter apenas 1. Conheço quem tenha 1 para poder gastar o dinheiro em coisas fúteis. Mas como disse no início, cada um faz o que quer e a mais não é obrigado.

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  11. Eu sou das que sempre quis ser mãe :) Sinto-me mais feliz e principalmente mais completa agora que o sou. Aliás, eu sou das loucas que quer ter cinco filhos, apesar de só uma já me dar imenso trabalho. Acho que nos primeiros 4 ou 5 meses me anulei totalmente enquanto pessoa e mulher e mesmo assim estava sempre a sentir-me péssima mãe. É uma questão de aprendizagem. Agora tenho a vida que tinha antes: não falo de cocós, dou muita atenção a mim, às minhas necessidades e futilidades, muita atenção ao marido e muita atenção à baby, mas agora também vou ter um segundo filho :) Sabe Deus o que me espera e que aprendizagem vou ter de fazer desta vez.
    Mia, não se chateie com as perguntas. Estamos formatados para achar que é casar e ter filhos e depois do primeiro tem de vir o segundo, mas depois disso a pessoa já é louca se engravidar outra vez, principalmente se tiver o casalinho piroso (que vai ser o meu caso). Ter filhos só porque a sociedade o espera é que seria uma total cretinice. Se a Mia é feliz isso é que interessa. Ainda bem que não gostamos todos de amarelo.

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  12. Quantas e quantas vezes me deparei com este "drama"! É que isto de se ser mulher, realizada pessoal e profissionalmente, incomoda muita gente, mais que não seja por não cumprirmos o "dever social" instituído e de não termos como prioridade pôr ao mundo criaturas de pequeno porte!

    E aos (quase) 37 anos sabes o que respondo?! "no meu utero e no meu relógio biológico mando eu, nas minhas vontades, nos meus relacionamentos e na minha vida também... e não, ainda não recebi o chamamento, porque parir crianças é fácil, mas ser MÃE isso nem todas conseguem!"

    Beijo enorme.... LOVE U!!!!!!!!

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  13. Olá Mia.
    Revejo-me completamente no seu post. Vou entrar na casa dos 30 este ano e estou casada há 3 anos.
    Há pessoas que não têm esse desejo e pronto.. Têm outros objectivos e ideais, mas incomoda muito a pressão familiar e social.
    O seu marido respeita a sua opinião? Também não tem esse desejo? É que o meu tem um desejo enorme em ter filhos e eu não..
    Não o quero perder, mas tb não quero ter filhos só pq ele quer mt e eu não.. Entende?
    Depois tb tenho receio de um dia querer e não conseguir.
    Beijinhos

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    1. Faço das suas as minhas palavras, a única diferença é que eu já tenho 38 anos...

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  14. Podia ter sido eu a escrever este texto...casadinha ha 12 anos,a caminhos dos 37 eu, 41 ele...upa-upa :) e das coisas que mais me irrita é a historia do ser egoista...porquê?Porque quero ficar assim "na boa vida" como estou?Porque adoro não ter ainda mais horarios, não ter que fazer ainda mais sacrificios?Porque a minha vida atual me faz feliz?Então o objetivo que todos temos não é ser felizes?É lá isso egoismo?Outra coisinha que me irrita é a historia do completa... completa?Mas eu não estou incompleta! Não me sinto incompleta!Se vier a ter filhos será algo a enriquecer a minha vida...mas não acho que me falte parte nenhuma...estou completa como estou :) Já sei que digo isto porque não tenho filhos e tal e coiso...(essa é outra, como não tenho filhos não tenho discernimento mental...) :D

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    1. Também adoro essa do completa! Como se o ser-humano (já não falo mulher), fosse mais completo só porque tem filhos...O completa ou não completa depende de cada um e da forma como se sente...Acho estupida essa afirmação..Ouve-se muito das cabeças e inteligências "saloias"...Enfim...Raquel

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  15. Mia,
    Vou de quando em vez espreitar os seu blog.
    Nunca tinha comentado..., mas este seu post é muito sentido.
    Nem todas as pessoas foram feitas para ter filhos. E todos nós sabemos que, infelizmente há muita gente que tem e não deveria nunca ter tido...
    Respeito e aceito a sua opinião. Tenho 2 filhos, e são o que me dá forças para lutar diáriamente, mas também lhe digo que há "aqueles dias" em que digo: - Se pudesse voltar atrás e saber o que sei hoje, vivia sozinha só para não ter de fazer jantar todos os dias!!!!! :)
    É uma escolha, é uma opção e deve ser respeitada. Só tenho pena, e conheço muitos casos, de pessoas que quando quiseram e decidiram, era tarde...

    Beijinho

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  16. Miazinha, neste post que me toca de alguma forma, deixo aqui a minha experiência e concordo que só deves ser mãe se o sentires e quiseres mas também te digo que quando referes que não precisas disso para ser mais mulher eu digo-te com toda a certeza que serias infinitamente mais feliz, mais mulher, mais tudo, mas isso tu não sabes nem podes saber porque ao contrário do amor por um homem ou por um amigo, o amor por um filho nasce no momento em que os temos nos braços pela primeira vez, e é infinito, enorme, jamais comparado a qualquer amor. Mas isto é realmente uma decisão tua e que ninguém tem nada a ver. Uma mãe pode continuar a ter todos os interesses e gostos que sempre teve e a ter um casamento feliz e realizado, porque quem assim não é, é porque também nunca teve grandes interesses antes, mas uma coisa é verdade, as prioridades mudam e aquilo que durante anos forma os nosso interesses e gostos passam para 2º e 3º lugar naturalmente. Provavelmente falo muito sobre o meu filho, mas acredita que faço um esforço para não falar ainda mais mas qualquer conversa sobre Kardashians e afins parece-me insignificante perto das coisas que ele faz e conquista (falo por mim). No entanto acredita que acompanho tudo o que fazes e fico muito feliz pelas tuas conquistas e desejo tudo de bom na tua vida, embora muitas vezes não pergunte. Beijinhos amiga.
    P.S. Please, não comparem casamentos felizes com não sentir a falta de ter filhos, porque são coisas totalmente diferentes. O desejo de ter um filho vai muito mais além de um casamento a prova disso são pais e mães solteiras que querem ter filhos, são casamentos que acabam mas o amor pelos filhos nunca.

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    1. Na minha opinião o ser mais feliz nada tem a ver com o ser mãe/pai. Porque acredito que há muita gente infeliz e é mãe/pai..até há muita gente que nem devia ser proibido ser mãe/pai..a felicidade não está directamente ligada ao ser-se pais...Também não sou mãe (ainda) mas neste momento não me posso considerar infeliz ou menos feliz. Sou feliz, sou completa. Se vier a ser mãe com certeza serei igualmente feliz e completa. Digamos que será outro tipo de felicidade.Raquel

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  17. Gostei de ler este post e de saber que tens uma opiniao muito definida sobre o assunto.Como sabes sou mae de 2 filhotes, apesar de o desejo de ser mae so me ter ''batido'' aos 30 anos.Hoje tenho 42, a minha filha Alexandra tem 12 e sinto orgulho de ser mae de uma adolescente chatinha! Mas ate aos 30 as minhas amigas diziam que eu nao tinha o ''perfil'' para ser mae...Ha quem me critique por ter dois filhos, um emprego, ir ao ginasio 3 vezes por semana, ir ao curso de fotografia, ter um blog e andar sempre elegante! para essas pessoas e ''pecado'' ser isso tudo em sacrificio das criancas.Mas eu sou a prova que posso ser uma mae OTIMA mas sou sobretudo MULHER! E tenho a sorte de ter um marido que sabe que apesar de se uma mae incrivel, tem ao seu lado uma Mulher excecional. Compreendo-te a 100!%. E cada uma de nos e UNICA. Tu es UNICA.

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  18. Mia,
    quando se namora, as pessoas têm o prazer de perguntar inúmeras vezes: quando casas? olha os anos a passarem....
    depois de namorar 6 anos, casei.
    casei e pensei: já n me vão infernizar a vida. enganei-me. - quando vem o 1º filhote???? n vais ter filhos? olha a idade a passar.
    aos 3 anos de casada, tive o 1º filho. adorei a experiência, amo realmente o meu filho, sem descurar o amor pelo meu marido, pela minha família, pelas saídas aqui ou ali. sempre nos acompanhou e nunca foi entrava para nada.
    após 2 anos do diogo, a pergunta: então, vais ser egoísta e ter só um filho, para ser como tu filho único?
    aqui, passei-me e respondia: cada um que "governe" a sua vida. Acho q a nossa felicidade é que incomoda, e é isso que incomoda com quem convive. seja feliz, com ou sem filhos... e os outros... cada um que cuide da sua própria vida. parabéns pelo post. um beijinho grande. sara

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    1. Ora nem mais!!! Mas porque raio as pessoas acham de opinar sobre tudo, sobre a vida dos outros!!!Enfim!

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  19. Mia, o seu desafo é legitimo e muito pertinente nos dias que correm, a prová-lo o número que comentários que já suscitou. Há um tempo para tu e a Mia ainda é muito nova, digo-o porque na sua idade sentia exactamente o mesmo....a vida se encarregará de lhe mostrar o caminho, seja ele qual for. No seu texto acho que falta apenas uma coisa, a maternidade não é um projeto individual (qualquer dia até pode vir a ser...) e embora sejamos donas do nosso corpo, quando temos a sorte de amar e ser amadas, não podemos levar o egoismo a esse extremo.

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    1. Tudo o que escrevi aqui e pensado e sentido tanto por mim como o meu marido. E aquilo que ambos desejarmos para a nossa vida so a nos diz respeito, mesmo que seja diferente do que os outros pretendem. Um beijinho

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    2. Não acho egoísmo sermos donas do nosso corpo e sabermos nós mesmas o que queremos para nós e quem está ao nosso lado compreende, porque nos ama e nos quer tal como somos..Caso contrario já não estaria connosco, certo? Adorei o post, acho que é um assunto muito delicado..Realmente eu penso assim tal como tu, sou achei curioso ver que muita mais gente tem opiniões relacionados com isto. Obrigada por teres partilhado este post tão interessante e curioso. Bjs Raquel

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  20. Acho os estereótipos que esta sociedade traça algo tramado.
    Andamos com roupa e tecnologia do séc. XXI mas a mentalidade e as formas de pensar continuam no séc. XIX. Não é por sermos mulheres que temos obrigatoriamente de ser mães. A "maquinaria" necessária para isso está lá mas a vocação pode não estar. Infelizmente, as pessoas ainda acham que uma mulher nasce predestinada a isto e é muito triste quando é, de alguma forma, posta de parte por causa de não o ser. Não se deixa de ser uma pessoa com sentimentos e sonhos só por isso! Gostei de ler este texto porque expressa muita sinceridade e, sobretudo, porque se nota que é um desabafo que já queria sair há muito tempo.
    Força, Mia!

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  21. Além de uma mulher extremamente sensual voce consegue ate nas suas palavras ser elegante. Viva a sua vida sempre assim. Um beijo

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  22. Como mulher que optou por não ser mãe, compreendo muito bem esse sentimento.
    Felizmente não sou a única no meu grupo de relações alargadas a ter tomado essa opção e por isso a pressão é menor.
    Mas o que mais me irrita é pensarem que por não ter filhos não gosto de crianças, o que é um preconceito estúpido, e o acharem que é ser egoísta.
    Desde quando é que ser consciente de mim mesma e assumir-me como sou é egoísmo?
    Egoísmo é trazer uma criança ao mundo e não saber ser mãe e isso eu vejo todos os dias em todo o lado, mas ninguém se atreve a criticar!

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  23. Adorei o post. Ninguém é menos mulher por ter optado não ter filhos ou por querer viver sozinha ou o que quer que seja, são opções.

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  24. Compreendo tão bem esses rótulos e essas perguntas tontas... Apesar de ser mãe recente (há 14 meses), uma das coisas que me fez mais confusão quando voltei ao trabalho foi o facto de me perguntarem: "Mas não vens com conversas de bebé?"... Não, continuo a ser a mesma pessoa que era antes (com uma grande responsabilidade acrescida), mas sou a mesma mulher! Mais feliz? Sim, mas isso a mim me diz respeito! Força

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  25. Gostei de ler, cada um faz aquilo que quer e segue os sonhos que o fazem fmais feliz, se passa por não ter filhos, então que seja, nem todos nascemos para sermos mães/pais, temos é de ser felizes nesta vida, pois só temos uma. Eu sou mãe há um ano, e estou a adorar, nunca pensei que o amor que falavam que existia entre filho e mãe seria assim, mas nem por isso me anulei, continuo a fazer a minha vida normal e não, não sou daquelas mães que passam a vida a falar de cócos e xixis. Tudo depende de cada um, acho que é possível ser mãe e continuar a seguir os sonhos, como também acho que a pessoa pode escolher não ser mãe.

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  26. Querida Mia! Nunca comentei apesar de "passar por aqui" todos os dias, mas o excelente post merece. Também estive casada sem filhos durante 8 anos e também me massacravam com esta pergunta inconveniente e desnecessária. Cada casal saberá o melhor para si. Se ou quando querem ter filhos. Hoje, tenho um menino de 2 anos, e ainda não pararam de perguntar " e a menina. Quando vem? Filhos únicos não presta. Não se espaça muito..." Têm sempre que comentar, seja que situação for. Sempre tive pânico de me tornar aquelas mães que SÓ falam dos filhos, das noites mal dormidas, cocó assim e xixi assado. É verdade que nos enchem o coração e dos dias, mas acho fundamental e saudável mantermos a nossa independência, o nosso espaço, o nosso "eu". E sim, continuo a interessar-me por moda, culinária, beleza e tudo o que já gostava antes. Claro que gerimos o tempo de outra forma, nem que seja roubando horas de sono. Mas depois dos 4/5 primeiros meses, naturalmente mais centrados no bebé, tudo normaliza e a vida volta ao normal! Mesmo que opte por não ter filhos há sempre sonhos a realizar e a felicidade a alcançar. Desejo-lhe tudo de bom e continue com este sorriso lindo e luminoso,
    Catarina

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  27. Mia, somos da mesma idade e percebo na perfeição tudo o que diz. Não existe uma tabela que nos diga quando devemos casar, ter filhos, mudar de profissão arriscar, nada. Devemos conduzir a nossa vida de acordo com o que nos faz feliz. Sempre me interrogaram por uma data de coisas na vida, coisas essas que so a mim e a quem amo dizem respeito. Casei quando quis e engravidei quando tivemos vontade. Partilhei consigo ha pouco tempo esse meu novo estado ;). Casei com 29 anos, apos muitos anos de namoro e so agora com 33 anos é que decidimos que seria a altura de ter filhos. Sou muito feliz, acho que serei mt feliz com a chegada do meu filho, mas a verdade é que ja o era….sempre tentei buscar a felicidade nas coisas mais simples da vida. Se antes de casar, me interrogavam para quando seria o dito casamento, se me apontavam o dedo q a idade estava a passar e eu nao tinha filhos, agora so sabem dizer q a minha vida vai acabar….para esquecer os saltos altos, a maquilhagem, eu como mulher e como esposa….Ora bolas…entao pq tenho que me anular? para fazer as pessoas felizes, eu tenho que estar feliz….Vou continuar a amar-me como mulher, vou continuar a amar o meu companheiro de 15 anos e claro vou amar o meu filho, assim como vou continuar a amar o meu cão….sim pq acham que tenho q o descartar pq vem um filho….. miseria de mentalidades. Basta querer q td se arranja. Tenho casais amigos que saem com os filhos e sem eles….e que a conversa nao se centra no xixi e cócó. Adoro ouvir qd dizm…"ha nao podemos sair pois agora com um filho….. nao sabes o q é….. blablabla". Resumindo, acho que cada um sabe de si, quando é a altura ou nao, para qlq coisa na vida, desde q faça sentido para nós. Não somos mais nem menos pelo que temos. Decidi ter filhos mas tenho mts mais sonhos na vida que nao vao ficar para tras. Tudo é valido na vida p'ara nos fazer feliz. Um beijinho grande e ja sabe que sou assídua por aqui.

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  28. Querida como concordo e como me revejo neste teu desabafo!!!!

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  29. Parece-me é que há aqui uma generalização do conceito de "mães" que eu não encontro na realidade. As mulheres mães que eu conheço - eu incluída - adoram ser mães, adoram os seus filhos e também adoram roupa e futilidades e afins. Há espaço para tudo na vida e não conheço mulher(mãe) nenhuma que só fale de xixis e bebés. Todas falamos dessas coisas todas que tu, que não és mãe, também gostas. Agora, concordo contigo que cada um deve ter filhos quando e se sentir preparada para o efeito. Nem antes, nem depois.
    Um bj

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  30. Ainda que só tenha 23 anos e muito para crescer psicologicamente, neste momento penso da mesma forma. Só me imagino a ser tia, algo que já sou e me completa imenso, afinal de contas também é meu filho (emprestado). Não me sinto preparada para ser mãe, mas sei que se um dia desejar tal coisa, vou ser a melhor mãe do mundo, mas pensando como penso hoje, não desejo ter um filho, mas sempre acompanhada pelo meu sobrinho, claro.

    E agradeço todos os dias à minha irmã por me ter tornado uma mulher mais feliz.

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  31. Querida Mia, é com muita alegria que visito o seu blog de há uns dois anos para cá diariamente, gosto muito do que vejo e leio. revejo me totalmente na forma como descreve este sentimento. Também eu casada, sempre fui muito pressionada sobre os filhos, ainda que nunca tenha sentido essa vontade, também me incomodava imenso essa obsessão, de ter de ter filhos so porque se está casada! De tal forma que quando descobri que estava grávida até fiquei assustada.... hoje com o meu pequeno Francisco com um mês, gostava de lhe dizer que continuo a ver as novidades da zara online, e a visitar o blog da mia (diariamente ;) ) A nossa vida é so nossa, e os outros são para nós o que nos deixarmos que eles sejam. um beijnho, R

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  32. Quando me perguntam "E filhos?" e respondo "Não quero ser mãe!" dizem-me sempre que dava uma ótima mãe ou perguntam-me,com ar escandalizado "Porquêêê???"
    Como se ser mãe seja indissociável do ser mulher. Não é! Gosto muito de crianças, amo os meus sobrinhos de paixão, mas não nasci para ser mãe. Ponto. E sabes que mais? Sabe-me muito bem ter isto muito bem definido na minha cabeça e não ter medo ou vergonha de o expressar!

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  33. Acho que a felicidade de cada um reveste-se de objetivos e de sentimentos diferentes. O problema é que a sociedade que nos rodeia vive de estereótipos que tentam condicionar formas de viver, de pensar. Cada pessoa deve procurar a sua felicidade, seja da maneira que for e se tu sentes que o caminho que vos faz feliz enquanto casal é esse, as as restantes pessoas só têm de ficar felizes por vocês e saber respeitar.
    A sociedade, em muitos aspetos, ainda tem um longo caminho a percorrer....
    beijinhos :)

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  34. Ola Mia, nao está sozinha, revejo, - me em cada palavra que escreveu, estou casada há mais de15 anos e continuam a massacrar-me com o ter ou não ter filhos.... O que vale é que tenho a minha opinião bem formada. Adoro crianças, mas, nao quero trazer uma criança ao mundo pq é suposto ter.... Parabens pelo post.... Beijinhos

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  35. Não podia concordar mais, apesar de ainda ser nova, namoro, faz hoje 9 anos, e só oiço a falarem em casamento e bebes e sinceramente anda longe de ser o meu sonho, e não percebo como alguém ache que estamos infelizes só por não seguirmos as tradições.

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  36. Nem mais Mia! Sinto exactamente o mesmo que tu! palavra por palavra..! Beijinhos *

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  37. Revejo-me em cada palavra!! Triste é afirmarem que uma mulher só é completa depois de ser mãe..Não concordo! Já ouvi tantas vezes isso e acho uma frase sem sentido. Bjs e adorei!Raquel

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  38. Mia, como pode ver por tantos comentários a este post está longe de ser a única nesta situação. Tb eu aos 39 anos ouço constantemente o mesmo e se em tempos me incomodava, confesso, agora ignoro. bjs

    http://strawberryleopard.blogspot.pt/

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  39. Concordo inteiramente com o que disses-te. Todos nós devíamos deixar o padrão tradicional de lado, acabar com essa pressão e indignação quando todos não seguem o mesmo caminho. Amigos que são amigos, devem respeitar a vida e opções de cada um, e não esquecerem aqueles que não fazem parte da maioria.

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  40. Olá, Mia, sigo o teu blog com alguma frequência e dou-te os parabéns por este teu post.

    Tenho 42 anos, não sou casada e não tenho filhos. Tive dois relacionamentos longos que, apesar de não terem sido casamentos, foi como se fossem. Vivemos juntos durante anos e anos.

    Nunca senti necessidade de ter filhos para me sentir feliz ou completa. Conheço mulheres que se afastaram de mim porque não segui o mesmo caminho que elas tendo filhos. Não quis tê-los nem alguma vez na vida estive grávida. Fui muito, muito feliz com os homens com quem vivi e dei-lhes o maior afecto que pude dar na vida: ser companheira. Não precisei de ter filhos para confirmar o nosso amor. Lamento muito como a sociedade nos pressiona para termos filhos. Porque não fazem essas perguntas aos homens? ;)
    Tenho hoje um namorado, cada um vive na sua casa, temos as nossas próprias vidas e vamos namorando sem pressas. Depois dos 40 a atitude é diferente e o que se quer, mais do que sucesso profissional, é ter um companheiro ali ao lado, alguém com quem compartilhar momentos e com quem se pode contar.

    Sei que perdi (livrei-me de, melhor dizendo) muitas pessoas porque não compreenderam que o meu percurso de vida não precisa de ser preenchido por uma gravidez, que me acham menor por não ter 'parido' uma, ou mais, crianças, «tu não podes falar sobre crianças porque não as tiveste» e me acham uma leviana por não ser casada há 15 ou 20 anos, com 2 ou 3 filhos. Muitas destas observações recebi-as de familiares muito próximos e foram as que mais me magoaram.

    Não descarto a hipótese de vir a ter filhos, porque ainda os posso ter, ou de adoptar uma criança. Mas isso não é uma prioridade na minha vida nem um objectivo de felicidade para mim, porque já sou feliz assim como sou.

    Beijinhos. :)

    Patrícia

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  41. Minha querida Mia, aplaudo-te de pé!
    beijo***

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  42. Concordo plenamente contigo Mia, acho que cada um deve ter o projeto de vida que quer! Sou casada e tenho uma filha, e também eu pensava um pouco como tu, fui mãe com 34 anos (alguns já acharam tarde, mas eu não!), vivi o que quis e quando achei que estava na altura certa engravidei! Em relação às crianças acho que só podemos falar de certa forma até sermos mães, porque a partir dessa altura muda tudo! O amor que passamos a sentir pelos nossos filhos é inimaginável, muito diferente do que temos pelos nossos maridos, é um amor que nunca se consegue imaginar até sermos mães, nem maior ou menor, mas muito diferente! E sei que agora vão pensar: "sim está bem, deixa-a estar com esta conversa lamechas" (eu também pensava assim) mas é bem verdade! O meu marido que não tinha nos planos pessoais ter um filho, desde que a nossa filha nasceu diz que foi a melhor coisa que teve na vida e já o ouvi dizer a um amigo que ía ser pai pela 1ª vez o seguinte: "Sabes tudo aquilo que te disseram sobre ser pai e o que vais sentir? Bem, o que te disseram é apenas 10% daquilo que vais realmente sentir!"
    Respeito todas as opiniões de quem não tem nos seus projetos de vida ter filhos porque sei que há varias formas de pensar e sermos felizes, mas falo por experiência própria quanto ao facto de que só depois de sermos mães é que sabemos realmente dar valor a isso!
    Beijinhos

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  43. Oh Mia, como eu concordo com as tuas palavras. A sociedade que nos rodeia e se diz amiga, quer mais é dar palpites, mesmo quando não fazem a mínima ideia do que se passa.

    Adorei!!

    Beijinhos***

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  44. Ola Mia., revejo - me totalmente nas suas palavras.... Devia desabafar mais vezes.
    Mas a Mia diz que até à pouco tempo atrás não sentia qualquer tipo de vazio na sua vida.... Já começou a sentir? Beijinhos. Maria Silva

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  45. Olá Mia, já conheço todas estas razoes para ainda não ser Mae... eu tambem as evoquei várias vezes, mas no meu caso eram puras mentiras, simplesmente não conseguia engravidar e usava essas desculpas para nao ter as pessoas a esmiuçar a minha vida. Era um assunto delicado para mim.

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  46. O tema "Filhos: ter ou não ter?" nunca se esgota. Efetivamente ter filhos implica redefinir prioridades. Antes de os termos não fazemos ideia do que nos espera por mais histórias que ouçamos ou livros que possamos ler. Não sabemos muito bem o que é isso de abdicar em função de outro ser. Eu não sabia. É uma aprendizagem. Algumas pessoas precisam dela, outras não precisam, outras nem a querem. A parentalidade obriga-nos ao altruísmo; a mim obrigou. Passados alguns anos, olho para trás e não me arrependo de nada e até gostava de ter mais filhos. Não que não me sinta completa mas porque gostei de todos os bons e menos bons momentos que a maternidade me deu e me ensinou. Nós não somos todos iguais, não precisamos todos de passar pelas mesmas experiências, não precisamos das mesmas aprendizagens e não devemos ser condenados por isso. Do meu ciclo de amizades fui a primeira a ser mãe e só ao segundo filho tive "companhia" de outras amigas e senti precisamente o oposto que a Mia sente: deixei de fazer parte das conversas, dos cafés, das jantaradas e noitadas, das viagens ou mesmo das férias porque simplesmente não estava lá, não podia. E as pessoas sem filhos perguntavam frequentemente como estava o bebé, mais do que como estava eu por assumirem (talvez) que "isso" era o mais importante para mim. No meu caso, não foi a maternidade que me fez deixar-me temporariamente para segundo plano, foi um conjunto de circunstâncias consequência da escolha que fiz. Portanto a conclusão a que chego é que as pessoas não fazem por mal não perguntar ou falar mais vezes de assuntos da sua realidade. Foi uma decisão minha que foi respeitada à maneira de cada um. A parentalidade é um curso intensivo de muito do que a vida nos pode ensinar mas só para quem está disposto a isso e não deve ser uma decisão tomada de ânimo leve porque caso seja, não completará nada, será uma peça a mais.

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  47. Mia já foi tudo dito...só queria mesmo acrescentar que devia fugir mais vezes aos posts de moda e escrever sobre outros temas,acho que escreve bem e por isso devia fazê-lo mais vezes. Bjs

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  48. Olá Mia! Hà uns dias vi este post, para variar não tive tempo para comentar e só o estou a fazer agora. Sim, tempo... algo que falas entrelinhas neste teu doce desabafo... as Mães ficam mesmo sem tempo para quase nada. Faço 31 este ano. Sou Mãe de dois rapazes que me dão bastante que fazer. Têm 3 e 18 meses... quase gêmeos, trabalho a dobrar. Ainda esta semana me perguntaram quando ia para a "menina"... fico louca só de pensar nisso...
    Porêm, acho que hoje fui talhada para ser Mãe e adoro, não me arrependo de nada e acredita que acho que engravidei na melhor altura, apesar de querer ser mãe mais tarde pois a nível profissional estava melhor que nunca.
    Hà opções que temos de fazer na vida, perioridades, doces periodidades que todos os dias nos dão doces beijos e abraços. Valem ouro esses momentos e esquecemos de tudo que seja mau quando nos arrancam os melhores sorrisos.
    Uma vez disse-te que não hà "melhores alturas" para bebês pois continuo a achar que os homens podem ir e vir mas os filhos são nossos para sempre. Amo o meu marido, ele sabe disso, mas amo ainda mais os meus filhos. Tudo funciona bem pois pensamos de igual maneira. São eles o "nosso primeiro grande amor" pois até lá eramos cegos um para o outro. Não hà melhor amor do que aquele que temos pelos filhos. Multiplica o amor que tens pelos teus sobrinhos. Triplica até...!
    Não critico nada nem ninguem por não querer ter filhos. Acho que é uma opção tão valida como outra qualquer. Alias, hoje sei que quando se tem filhos, ou és boa mãe ou és boa profissional. As duas coisas são quase incompativeis a meu ver, mas não impossíveis.
    Somos todos diferentes e não temos de ter todos as mesmas experiencias de vida. Não somos mais ou menos egoistas por querer ou não querer ter filhos e isso não faz de nós melhores ou piores pessoas.
    Hoje tens tempo para ti, para o teu marido e amigos. Aproveita ao máximo. Quando tiveres filhos, e se assim quiseres, tudo mudará. A sociedade está formatada para um ideal de mulher que tem de ser hetero sexual, ter namorado, casar, e ter filhos. E se esta sequencia estiver errada? Não hà receitas... e sim, pode existir muita felicidade em todos os modos de vida.
    Agora dava-te um grande conselho, que aqui já foi dito e nota-se pelos mais de 50 comentários... E que tal escreveres mais de algo que não seja apenas de moda ou produtos? Tens jeito e isto faz com que as pessoas que te acompanham se possam identificar ainda mais contigo.
    Um beijinho grande! bhp

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  49. Gostei do Post, estou gravida de 3 meses e nunca foi o meu sonho ser mãe...vou fazer o possível para me continuar a interessar por futilidades ;) e tb já autorizei a minha melhor amiga a dar dois estalos caso fale do cocó do bebé...
    Abraço

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  50. E quando já estamos na menopausa e continuamos a ouvir a eterna pergunta: "Para quando...?"
    Bjnhos
    Graça

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