30.6.11
Be in love.
"Se não a desejares com todas as tuas forças, se o cheiro dela não teimar em permanecer no teu cérebro, se não deres por ti perdido no caminho porque estavas a pensar nela e nem reparaste que a saída da auto-estrada era lá atrás, se não te imaginares a tocá-la ao mesmo tempo que tentas negociar o melhor spread com os tipos do banco, se não se te afigurar que não há outra igual no mundo, se não te questionares sobre o que andavas cá a fazer antes de ela existir, se não te sentires insignificante quando ela fala, se não te deslumbrares, se não te parecer sublime a forma como ela se move, se não te perturbares porque o telemóvel está silencioso e já passaram dez segundos desde que lhe mandaste a mensagem, se não te afogueares só porque ela sorriu para o empregado do restaurante quando encomendou o jantar, então, meu caro, é porque não estás apaixonado coisa nenhuma."
Words.
"O que é a experiência? Nada. É o número dos donos que se teve. Cada amante é uma coronhada. São mais mil no conta-quilómetros. A experiência é uma coisa que amarga e atrapalha. Não é um motivo de orgulho. É uma coisa que se desculpa. A experiência é um erro repetido e re-repetido até à exaustão. Se é difícil amar um enganador, mais difícil ainda é amar um enganado.
Desengane-se de vez a rapaziada. Nenhuma mulher gosta de um homem «experiente». O número de amantes anteriores é uma coisa que faz um bocadinho de nojo e um bocadinho de ciúme. O pudor que se exige às mulheres não é um conceito ultrapassado — é uma excelente ideia. Só que também se devia aplicar aos homens. O pudor valoriza. 0 sexo é uma coisa trivial. É por isso que temos de torná-lo especial. Ir para a cama com toda a gente é pouco higiénico e dispersa as energias. Os seres castos, que se reprimem e se guardam, tornam-se tigres quando se libertam. E só se libertam quando vale a pena. A castidade é que é «sexy». Nos homens como nas mulheres. A promiscuidade tira a vontade. Uma mulher gosta de conquistar não o homem que já todas conquistaram, saquearam e pilharam, mas aquele que ainda nenhuma conseguiu tocar. O que é erótico é a resistência, a dificuldade e a raridade. Não é a «liberdade», a facilidade e a vulgaridade. Isto parece óbvio, mas é o contrário do que se faz e do que se diz. Porque será escandaloso dizer, numa época hippificada em que a virgindade é vergonhosa e o amor é bom por ser «livre», que as mulheres querem dos homens aquilo que os homens querem das mulheres? Ser conquistador é ser conquistado. Ninguém gosta de um ser conquistado. O que é preciso conquistar é a castidade."by Miguel Esteves Cardoso
Palavras que poderiam ser minhas.
"Tenho imensos amigos divorciados, ou solteiros, mas que viviam em união de facto e que deixaram as namoradas. Eu próprio já passei por isso duas vezes - um divórcio e uma separação.
Há mil e uma razões para se chegar a esta situação, a de decidir que não há nada a fazer, a de ter de ter "a conversa", a de fazer a mala, dividir coisas, fazer contas, desmanchar projectos de vida. Na verdade, hoje em dia é quase mais comum ver gente que está em segundas, terceiras ou quartas relações do que com a mulher ou o homem que um dia pensaram ser "o tal" ou "a tal". Na verdade, essas pessoas especiais são aquelas com quem estamos agora - outros já o foram e foram-no enquanto fomos felizes ao lado delas.
O ponto em comum que encontro em quase todas as rupturas é a falta de diálogo. E falta de diálogo não é aquela coisa de chegar a casa e não ter muito para contar, ou o estar à mesa e não ter nada de verdadeiramente novo para partilhar - o que também acontece, muitas vezes, em relações mais longas (e não há grande mal nisso, nem sequer vejo isso como um mau sinal - aliás, estar em silêncio com alguém sem sentir desconforto revela sobretudo cumplicidade). Falta de diálogo é não falar sobre os problemas nas alturas certas. Há casais que se separaram porque um traiu o outro e foi apanhado. A traição é só a gota de água, porque o problema foi o casal não ter falado na altura em que aquele que traiu começou a sentir necessidade de estar com outra pessoa. Por que é que isso aconteceu? O que é que estava a correr mal? O que é que faltava na relação?
Já falei aqui de um caso de um homem que descobriu que a namorada com quem se ia casar andava em flirts com um colega, e que, quando a confrontou com isso, ela não admitiu que houvesse alguma coisa a correr mal entre eles, e que apenas o fez por necessidade de se sentir apreciada e cobiçada. Mas também isso eu acho que advém da falta de diálogo. Se sentimos isso, por que é que não podemos partilhar essa preocupação, ou frustração, com a pessoa que amamos? Eu acho que é o que devemos fazer. E depois cabe ao outro fazer qualquer coisa para que algo mude. E, nestes casos, será ser mais atencioso, mais provocador, fazer com que a outra pessoa se sinta sexy, e desejada, sem que tenha de ser uma terceira pessoa a fazer isso.
Da mesma forma que há quem se separe porque o casal deixa de ter tempo para si, absorvidos que estão com trabalho, com as crianças, com as obrigações familiares, com projectos paralelos. Treta. O que separa as pessoas não é a falta de tempo para a relação, é a opção que fazemos em privilegiar tudo o resto menos a relação. O trabalho é importante, claro que sim, a família também, pois, os putos, óbvio, mas então e o parceiro ou a parceira? Também. E por isso merecem esse tempo, merecem que se desligue o computador mais cedo, que se abdique de um jogo de futebol, que se diga que não ao patrão, porque é preciso dar tempo e amor à pessoa com quem estamos. Mas também sobre isto os casais devem falar. E têm de falar. Não podemos ouvir e engolir ou aceitar. Temos de dizer que não e dar murros na mesa e abrir os olhos ao outro. A aceitação mútua de que não há nada a fazer, de que o trabalho tem de ser prioritário, é o caminho para o fim de um amor, porque, como é óbvio, as relações não vivem do ar, o amor platónico e por carta (hoje são sms e mails) já não chega. É preciso contacto, e beijos, e amassos, e fins-de-semana a dois, e é preciso empandeirar o puto para os avós de vez em quando e mandar uma rapidinha à hora de almoço. Temos de ser um bocadinho mais putos, um bocadinho mais malucos, e menos avós.
Na verdade, não há falta de tempo, há sim opções. Depois, só temos de aceitar e compreender as consequências dessas opções. Quando a opção deixa o outro de lado, então, o fim é quase inevitável.
Bom, agora é aquela parte em que todos acham que algo vai mal comigo ou com a minha vida amorosa. Não, descansem, está tudo óptimo. Só acho este um tema interessante, e sei que afecta muita gente. Como já passei por duas situações do género, consigo olhar para trás e ver o que falhou. E o que falhou foi, sobretudo, a falta de diálogo, ou a falta de aceitação em relação a essa conversa. E aqui está outro tópico importante: nem sempre a conversa é bilateral, ou seja, muitas vezes há uma parte que, pura e simplesmente, se recusa a ouvir ou entra em negação. E quando isto acontece, de facto, a conversa não adianta grande coisa, mas ainda assim é preferível uma conversa unilateral do que nenhuma conversa, é preferível despejar tudo, mesmo que pareça que o outro está desligado, do que não dizer nada.
A vida ensinou-me que sempre que temos um problema na relação devemos falar abertamente sobre ele. Só assim o poderemos resolver. Quem nunca tentou, que experimente. Se não resolve tudo, pelo menos, ajuda alguma coisa."
* Estou "apaixonada" pelos textos deste senhor!
Há mil e uma razões para se chegar a esta situação, a de decidir que não há nada a fazer, a de ter de ter "a conversa", a de fazer a mala, dividir coisas, fazer contas, desmanchar projectos de vida. Na verdade, hoje em dia é quase mais comum ver gente que está em segundas, terceiras ou quartas relações do que com a mulher ou o homem que um dia pensaram ser "o tal" ou "a tal". Na verdade, essas pessoas especiais são aquelas com quem estamos agora - outros já o foram e foram-no enquanto fomos felizes ao lado delas.
O ponto em comum que encontro em quase todas as rupturas é a falta de diálogo. E falta de diálogo não é aquela coisa de chegar a casa e não ter muito para contar, ou o estar à mesa e não ter nada de verdadeiramente novo para partilhar - o que também acontece, muitas vezes, em relações mais longas (e não há grande mal nisso, nem sequer vejo isso como um mau sinal - aliás, estar em silêncio com alguém sem sentir desconforto revela sobretudo cumplicidade). Falta de diálogo é não falar sobre os problemas nas alturas certas. Há casais que se separaram porque um traiu o outro e foi apanhado. A traição é só a gota de água, porque o problema foi o casal não ter falado na altura em que aquele que traiu começou a sentir necessidade de estar com outra pessoa. Por que é que isso aconteceu? O que é que estava a correr mal? O que é que faltava na relação?
Já falei aqui de um caso de um homem que descobriu que a namorada com quem se ia casar andava em flirts com um colega, e que, quando a confrontou com isso, ela não admitiu que houvesse alguma coisa a correr mal entre eles, e que apenas o fez por necessidade de se sentir apreciada e cobiçada. Mas também isso eu acho que advém da falta de diálogo. Se sentimos isso, por que é que não podemos partilhar essa preocupação, ou frustração, com a pessoa que amamos? Eu acho que é o que devemos fazer. E depois cabe ao outro fazer qualquer coisa para que algo mude. E, nestes casos, será ser mais atencioso, mais provocador, fazer com que a outra pessoa se sinta sexy, e desejada, sem que tenha de ser uma terceira pessoa a fazer isso.
Da mesma forma que há quem se separe porque o casal deixa de ter tempo para si, absorvidos que estão com trabalho, com as crianças, com as obrigações familiares, com projectos paralelos. Treta. O que separa as pessoas não é a falta de tempo para a relação, é a opção que fazemos em privilegiar tudo o resto menos a relação. O trabalho é importante, claro que sim, a família também, pois, os putos, óbvio, mas então e o parceiro ou a parceira? Também. E por isso merecem esse tempo, merecem que se desligue o computador mais cedo, que se abdique de um jogo de futebol, que se diga que não ao patrão, porque é preciso dar tempo e amor à pessoa com quem estamos. Mas também sobre isto os casais devem falar. E têm de falar. Não podemos ouvir e engolir ou aceitar. Temos de dizer que não e dar murros na mesa e abrir os olhos ao outro. A aceitação mútua de que não há nada a fazer, de que o trabalho tem de ser prioritário, é o caminho para o fim de um amor, porque, como é óbvio, as relações não vivem do ar, o amor platónico e por carta (hoje são sms e mails) já não chega. É preciso contacto, e beijos, e amassos, e fins-de-semana a dois, e é preciso empandeirar o puto para os avós de vez em quando e mandar uma rapidinha à hora de almoço. Temos de ser um bocadinho mais putos, um bocadinho mais malucos, e menos avós.
Na verdade, não há falta de tempo, há sim opções. Depois, só temos de aceitar e compreender as consequências dessas opções. Quando a opção deixa o outro de lado, então, o fim é quase inevitável.
Bom, agora é aquela parte em que todos acham que algo vai mal comigo ou com a minha vida amorosa. Não, descansem, está tudo óptimo. Só acho este um tema interessante, e sei que afecta muita gente. Como já passei por duas situações do género, consigo olhar para trás e ver o que falhou. E o que falhou foi, sobretudo, a falta de diálogo, ou a falta de aceitação em relação a essa conversa. E aqui está outro tópico importante: nem sempre a conversa é bilateral, ou seja, muitas vezes há uma parte que, pura e simplesmente, se recusa a ouvir ou entra em negação. E quando isto acontece, de facto, a conversa não adianta grande coisa, mas ainda assim é preferível uma conversa unilateral do que nenhuma conversa, é preferível despejar tudo, mesmo que pareça que o outro está desligado, do que não dizer nada.
A vida ensinou-me que sempre que temos um problema na relação devemos falar abertamente sobre ele. Só assim o poderemos resolver. Quem nunca tentou, que experimente. Se não resolve tudo, pelo menos, ajuda alguma coisa."
by O Arrumadinho
* Estou "apaixonada" pelos textos deste senhor!
29.6.11
Ainda sobre o Angélico.
Eu não queria escrever sobre isto. É como se ainda não fosse capaz de acreditar no que aconteceu. Mas a verdade é que é real.
Não o conhecia, e não tinha qualquer ideia formada a seu respeito. Mas era um jovem ainda no início da sua vida, da sua carreira. Um miúdo com um sorriso contagiante.
Não o conhecia, e não tinha qualquer ideia formada a seu respeito. Mas era um jovem ainda no início da sua vida, da sua carreira. Um miúdo com um sorriso contagiante.
Muito se tem dito sobre o acidente. Se ia ou não sem cinto, se teria bebido ou não, o facto de ir num carro sem seguro, a que velocidade iria ... Julgo que nunca seremos capazes de perceber, na perfeição, aquilo que exactamente aconteceu mas a verdade é que custou a vida de duas pessoas, duas pessoas jovens demais para partirem desta forma.
Aquilo que mais me impressionou foi a guerra informativa travada online entre vários orgãos de comunicação, sedentos para serem os primeiros a dar a notícia. É surreal. É fácil criticar os outros, apontar o dedo. Todos nós um dia já andámos a mais de 120 km/h, eu já andei.Se acho normal conduzir sem cinto de segurança? Não, não acho. Acho um acto completamente irresponsável. O problema é que nunca pensamos que estas coisas possam acontecer a nós, somente aos outros. Mas acontecem. Nós não somos imortais.
Perdi os meus avós na estrada, quando regressavam de férias. O meu marido perdeu o irmão da mesma forma, tinha ele 28 anos. Faz este ano 19anos que partiu e ele diz que ainda hoje se recorda do telefonema que recebeu numa madrugada de Agosto. Porque é impossível esquecer estas coisas, voltar a viver uma vida "normal".
É duro ver partir alguém que amamos desta forma tão brutal, "sem aviso".
Sempre tive imenso medo da morte, de ver partir aqueles que amo, de saber que nunca mais os vou ter comigo, a meu lado. Só essa ideia é capaz de me deixar sem ar.
Que este triste acontecimento sirva para que todos nós possamos dar mais valor à vida, que sejamos responsáveis, porque há actos que se pagam caros demais.
E custar-me-á sempre a entender como é possível perante a morte de uma pessoa, existir alguém capaz de desejar que a pessoa pague desta forma pela sua irresponsabilidade, pela sua inconsciência. Não consigo pensar assim, de todo.
Que descanses em paz Angélico.
28.6.11
27.6.11
Have yourself a fashionable week.
Perdoem-me esta ausência mas rumei até ao sul para passar uns dias de cara lavada, sandália no pé, com muito sol e sempre na melhor companhia do mundo.
Espero que tenham aproveitado bem este fds prolongado.
Desejo-vos uma óptima semana.
Baci
Assinar:
Postagens (Atom)