É o amor a gramática feliz.
Tocar é a linguagem infinita. Ela tocava-o para se chegar até si. Sabia que não havia fronteiras entre a pele e a palavra. Pensava: quanto te coço nas costas sinto os teus dedos nas minhas. Ele andava com ela para poder voar. Inventara o verbo total, o verbo inteiro que sempre procurara. Chamava-lhe amer, de viver por dentro do amor. Ela sorria, passava-lhe a mão pela pele e sentia-se afagada. Pensava: viver é o analfabetismo por criar. E escrevia.
Pedro Chagas Freitas
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